O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que a economia estava progredindo em direção a uma inflação sustentada impulsionada pelos salários e alertou contra a manutenção de custos de empréstimos muito baixos, deixando em aberto a possibilidade de outro aumento da taxa de juros já no próximo mês.
Em um sinal de que o banco central japonês provavelmente aumentará os juros novamente em breve, Ueda disse que o banco deve reduzir o estímulo em tempo hábil, já que manter a taxa de juros real baixa por muito tempo poderia acelerar a inflação mais do que o esperado.
Os mercados estavam atentos aos comentários do presidente nesta segunda-feira (18), que foram os primeiros sobre política monetária desde a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos em 5 de novembro.
Ele também disse que o banco central não necessariamente esperaria que os riscos externos, como a incerteza sobre a política econômica de Trump, desapareçam completamente antes de aumentar os juros novamente.
“Há inúmeras incertezas que precisamos examinar. Mas isso não significa que vamos esperar até que todas elas sejam esclarecidas. Decidiremos a política monetária analisando os dados e as informações disponíveis no momento de cada reunião”, disse Ueda em uma coletiva de imprensa na segunda-feira.
“Estamos vendo progresso na frente doméstica”, acrescentou Ueda, apontando para sinais crescentes de que os aumentos salariais continuarão e estimularão as empresas a aumentar os preços não apenas de bens, mas também de serviços.
Mas ele ofereceu poucas pistas sobre se o Banco do Japão aumentará os juros em dezembro, decepcionando os investidores que apostaram que Ueda poderia dar pistas mais claras de uma mudança no próximo mês.
“O momento em que ajustaremos o grau de nosso apoio monetário dependerá das perspectivas econômicas, financeiras e de preços”, disse o Ueda em um discurso para líderes empresariais na cidade de Nagoya, na região central do Japão.