O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender nesta terça-feira (19) a importância de um choque positivo na política fiscal do Brasil para a redução dos prêmios de risco dos ativos.
Durante palestra promovida pela Associação Comercial de São Paulo, Campos Neto relacionou a trajetória de queda da taxa básica de juros com choques fiscais, como a aprovação do teto de gastos e, posteriormente, a sua substituição pelo arcabouço fiscal.
Na sua apresentação, o presidente do BC disse que o Brasil está na direção contrária dos outros países, que esperam queda na taxa de juros. “O Brasil está na contramão, infelizmente”, afirmou.
Apesar do cenário, Campos Neto disse que o governo brasileiro, sobretudo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se esforçado para assegurar a sustentabilidade da política fiscal do Brasil. A equipe econômica do governo está elaborando um pacote de corte de gastos.
“A grande expectativa hoje é de como vai ser o ajuste [fiscal], que deve ser anunciado em breve. A gente reconhece que o governo tem feito um esforço enorme. O ministro Haddad tem feito um esforço enorme. A gente precisa ter um anúncio que gere um impacto positivo”, disse.
Pacote fiscal
O mercado financeiro aguarda o anúncio do pacote de corte de gastos desde o fim das eleições municipais em outubro. Desde então, Haddad tem se reunido com ministros que devem ser afetados pelos ajustes.
As medidas que serão tomadas para cortar gastos do executivo serão enviadas ao Congresso Nacional como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Haddad já se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para debater o tema.
O pacote de revisão deve ser anunciado após as reuniões da cúpula do G20, que encerram nesta terça-feira (19). Segundo Haddad, o pacote aguarda aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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