Deputados do PSOL na Câmara cobraram, nesta terça-feira (19), a responsabilização dos militares investigados pelo planejamento dos assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido do partido ocorre em meio à pressão pelo arquivamento do Projeto de Lei (PL) que busca anistiar os presos pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Na última semana, a bancada do PSOL protocolou um requerimento pedindo que a proposta seja considerada prejudicada. Caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dar andamento ao pedido.
“Chegou a hora do senhor [general Walter] Braga Netto e os demais generais que conspiraram por um golpe de Estado serem responsabilizados pelo que fizeram”, afirmou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Além de Glauber, as deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP) e os parlamentares Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP) participaram do ato.
Requerimento
No pedido de arquivamento protocolado na semana passada, os integrantes do PSOL afirmam que o ataque realizado por um homem-bomba em frente ao STF na última semana justifica a prejudicialidade do projeto.
“Manter em tramitação uma proposição que pretende aprovar uma anistia para crimes tão graves enviaria uma mensagem perigosa de que atentados à democracia podem ser perdoados sem consequências, legitimando a proliferação de tais condutas”, afirmaram os deputados no requerimento.
O projeto de lei prevê anistia a todos que participaram de atos com motivação política ou eleitoral entre outubro de 2022 e a data de vigência da futura lei, período que abarca os ataques do 8 de janeiro de 2023. Se aprovado, valerá para quem apoiou os atos com doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em mídias sociais.
Operação da PF
De acordo com a Polícia Federal (PF), Alexandre de Moraes passou a ser monitorado por militares bolsonaristas em novembro de 2022, depois de uma reunião na casa do então vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto (PL).
Um policial federal e quatro militares foram presos na operação de hoje. O planejamento operacional da organização era denominado como “Punhal Verde e Amarelo”.