XP tem lucro recorde de R$ 1,19 bi no 3º tri

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A plataforma de investimentos XP anunciou nesta terça-feira (19) que manteve no terceiro trimestre o desempenho recorde do período passado, com um lucro líquido de R$ 1,19 bilhão entre julho e o final de setembro, crescimento de 9% sobre o resultado obtido nos mesmos meses de 2023.

A empresa também divulgou que aprovou retorno aos acionistas de mais de R$ 3 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões em dividendos em dezembro e R$ 1 bilhão na forma de um novo programa de recompra de ações, elevando o total entregue aos acionistas nos últimos três anos para cerca de R$ 10,5 bilhões.

A remuneração aos acionistas este ano vai corresponder a mais de 90% do lucro líquido do grupo, e o vice-presidente financeiro, Victor Mansur, afirmou que o payout será de “50% ou mais em 2025 e 2026 entre recompras e dividendos”. Em 2023, o retorno aos acionistas foi de 114%.

Mansur citou que a recompra e os dividendos devem levar o índice de Basileia da XP de 21,5% para 18,3%, dentro do previsto pela companhia mais cedo neste ano.

A receita líquida do grupo somou R$ 4,32 bilhões, 5% acima do faturamento de um ano antes e ante expectativa média do mercado de R$ 4,36 bilhões, segundo a Lseg. Para o lucro, a média de estimativas era de R$ 1,22 bilhão, também segundo dados compilados pela Lseg.

A XP teve um fluxo de entrada de capital novo de R$ 31 bilhões, acima dos R$ 14 bilhões do terceiro trimestre de 2023 e praticamente empatado com os R$ 32 bilhões do segundo trimestre deste ano. Desse volume, R$ 25 bilhões são de investidores de varejo e o restante de corporativos.

“Estamos bem confortáveis em entregar os ´guidances´, independentemente das condições do mercado”, disse o executivo, citando redução de custos após a reestruturação do banco de atacado do grupo, que permitiu a redução nos custos de captação de recursos, melhora nos retornos da operação de cartão de crédito, força nas operações de emissão de dívida de empresas e “reinvenção” da XP na área de renda variável com lançamento de produtos novos.

“O Brasil nunca está tão ruim, mas também nunca está tão bem. Continuamos vendo o mercado de emissão de dívida muito aquecido, tem bastente demanda para as empresas emitirem, muita demanda por investidor institucional e pessoa física”, disse Mansur na entrevista.

“As linhas de DCM vão ser motores de crescimento nos próximos trimestres”, acrescentou, citando o cenário de alta nos juros no país.

“Ano que vem tudo indica que vai ser outro ano difícil para renda variável, mas tem um ´upside´ grande vindo do mercado de dívida”, disse Mansur.

Considerando a aquisição do Modal pela XP no ano passado, a entrada total líquida de capital recuou 36% na comparação anual, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira.

A XP terminou setembro com uma base total de ativos de clientes 12% maior que a de um ano antes, a R$ 1,21 trilhão, e com clientes ativos em alta de 6%, a R$ 4,66 milhões.

O índice de eficiência do grupo encerrou em 35,5%, melhor marca já obtida desde o IPO da empresa nos Estados Unidos em 2019, já o indicador de rentabilidade ROAE ficou em 23%, alta de 38 pontos base sobre um ano antes.

A empresa divulgou pela primeira vez o índice de retorno sobre patrimônio tangível (Rote), que afirma ser mais adequado para refletir seus negócios e encerrou o trimestre em 28,4%, 258 pontos base acima do desempenho de um ano antes.

Questionado sobre eventual interesse da XP nos negócios no Brasil do banco suíço Julius Baer, o diretor de relações com investidores da XP, André Parize, afirmou que a companhia “sempre analisa possibilidades quando vemos potencial sinergia com nossos negócios”, mas não citou nomes.

O Julius Baer contratou o Goldman Sachs para assessorar a venda de sua operação brasileira, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters no início do mês. Uma das fontes disse que o negócio poderia valer entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões.

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