À CNN, ouvidor das Polícias de SP fala em “sucessão de erros“ em caso de estudante morto por PM

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O ouvidor das Polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido, comentou a ação policial que resultou na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas. Em entrevista à CNN, Aparecido apontou uma série de falhas na abordagem e contradições nas versões oficiais sobre o incidente.

Segundo o ouvidor, as imagens de segurança do local contradizem as alegações iniciais da polícia. “Inicialmente, a secretaria dizia que o estudante investiu contra os policiais, e as imagens em seguida apareceram e demonstraram que o estudante não investiu contra os policiais”, afirmou o ouvidor.

Aparecido também refutou a versão de que o jovem teria tentado pegar a arma dos policiais. “As imagens mostram que, em momento algum, vai em direção às armas dos policiais”, disse. O ouvidor classificou o empurrão no retrovisor da viatura como uma “molecagem” que não justificaria a reação violenta.

Erros na abordagem e uso excessivo da força

O ouvidor destacou uma “sucessão de erros” por parte dos policiais envolvidos. “Os policiais são treinados para a defesa pessoal, os policiais têm capacitação para fazer o uso gradativo da força, e eles não poderiam, em hipótese alguma, usar a arma de fogo naquele momento”, explicou.

Aparecido ressaltou que os agentes deveriam ter utilizado outros recursos antes de recorrer à arma de fogo, como técnicas de defesa pessoal, tonfa, spray de pimenta ou taser. Ele também questionou o fato de os policiais estarem em superioridade numérica e com porte físico superior ao do jovem.

Câmeras corporais e investigação

Sobre as câmeras corporais, Aparecido confirmou que os policiais as utilizavam e que estavam ligadas durante a ocorrência. Ele apontou mais uma contradição: “Inicialmente eles disseram que não tinha imagem de câmera corporal, no próprio boletim de ocorrência tem essa controvérsia”.

O ouvidor avalia que o caso não é de difícil resolução e que o policial que efetuou o disparo corre o risco de ser expulso da corporação. Ele ressaltou a necessidade de uma resposta rápida das autoridades, considerando o atual cenário de violência policial no estado de São Paulo.

Aparecido concluiu afirmando que a Ouvidoria está tomando providências em relação a este e outros casos emblemáticos, inclusive acionando o Procurador-Geral e o Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a responsabilidade das autoridades na escalada de violência policial no estado.

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