Preços do café atingem máxima de 47 anos devido a preocupações com safra do Brasil

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LONDRES, 29 de novembro (Reuters) – Os preços do café subiram na sexta-feira para o maior nível em quase meio século, impulsionados pela redução da oferta, enquanto a safra do ano que vem no Brasil, maior produtor, luta para se recuperar totalmente da seca deste ano.

Os comerciantes também disseram que alguns agricultores brasileiros atrasaram as entregas da safra deste ano na esperança de garantir preços ainda mais altos, levando a uma escassez de oferta no curto prazo e grandes perdas financeiras para os comerciantes que esperavam receber o café.

Os contratos futuros do café arábica na bolsa ICE subiram 0,2%, para US$ 3,2360 por libra, às 14h53 GMT, tendo atingido seu maior nível desde 1977, a US$ 3,3545.

Os preços do café arábica aumentaram cerca de 75% este ano, tornando-se uma das commodities de melhor desempenho, ao lado do cacau, cujos preços mais que dobraram.

“A tendência de preço agora é muito similar à do cacau no começo do ano. Os motivos também são comparáveis”, disse o Commerzbank em nota na sexta-feira.

“No caso do cacau, foram as colheitas ruins nos dois países produtores mais importantes, Costa do Marfim e Gana. No caso do café arábica, é a preocupação com uma colheita ruim no Brasil, o país produtor mais importante, no ano que vem devido à seca.”

As comerciantes brasileiras de café Atlântica e Cafebras disseram na quarta-feira que negociarão com seus credores na justiça, observando que 900.000 sacas de 60 kg de café prometidas pelos produtores não foram recebidas.

O preço do café robusta, um grão mais barato frequentemente usado em café instantâneo, também atingiu seu nível mais alto em cerca de 47 anos na sexta-feira.

Os contratos futuros do café robusta na ICE atingiram o pico de US$ 5.694 a tonelada métrica na sexta-feira, antes de cair 0,9%, para US$ 5.479.

Os contratos futuros de cacau de Nova York na ICE subiram 3,5%, para US$ 9.382 a tonelada, após atingir uma máxima de cinco meses de US$ 9.459.

Os preços do cacau atingiram um recorde de US$ 11.722 a tonelada em abril, com a oferta reduzida devido às safras ruins nos principais produtores, Costa do Marfim e Gana.

Os contratos futuros de cacau de Londres na ICE subiram 0,6%, para 7.659 libras a tonelada, após atingirem uma máxima de cinco meses de 7.725 libras.

Enquanto isso, os preços do açúcar caíram, com o açúcar bruto de março caindo 2,8%, para 21,08 centavos por libra, enquanto o açúcar branco de março perdeu 1,6%, para US$ 547,30 a tonelada.

AF News

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