Em Campo Grande, a liberação de mosquitos com Wolbachia resulta em queda nos casos de dengue, estratégia deve ser aplicada em outras cidades
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Um estudo recente revela um avanço significativo no combate à dengue em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A liberação controlada de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia resultou em uma impressionante redução de mais de 60% nos casos da doença na capital sul-mato-grossense. A pesquisa, fruto da colaboração entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o World Mosquito Program (WMP), analisou dados de 2021 a 2024. As informações foram divulgadas pelo G1.

Como a Wolbachia Atua no Controle da Dengue?
O método inovador baseia-se na introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Essa bactéria, naturalmente presente em cerca de 60% das espécies de insetos mas ausente no Aedes aegypti selvagem, age de duas formas cruciais:
- Quando um mosquito Aedes aegypti com Wolbachia pica uma pessoa, ele é incapaz de transmitir os vírus da dengue, zika ou chikungunya.
- Mosquitos machos com Wolbachia, ao acasalar com fêmeas sem a bactéria, geram ovos que não se desenvolvem. Já as fêmeas portadoras da Wolbachia, ao cruzar com machos selvagens, transmitem a bactéria para sua prole, garantindo a perpetuação da proteção na população de mosquitos.
Importante ressaltar que a Wolbachia é inofensiva para seres humanos e outros animais, configurando uma estratégia segura e ambientalmente sustentável.
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Resultados Promissores e Expansão da Iniciativa
A pesquisa, financiada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é vista como a demonstração mais consistente já obtida no Brasil sobre o desempenho da tecnologia.
Diante dos resultados, o governo federal já estuda ampliar o uso da estratégia. Campo Grande integrou o grupo inicial de municípios que adotaram o método, ao lado de:
- Foz do Iguaçu (PR)
- Petrolina (PE)
- Belo Horizonte (MG)
Brasil aprova 1ª vacina de dose única contra a dengue

A Anvisa confirmou a aprovação técnica da Butantan-DV, primeira vacina de dose única contra a dengue disponível no mundo. O imunizante, desenvolvido pelo Instituto Butantan, passou por todos os critérios de segurança, eficácia e qualidade e agora avança para a etapa administrativa que formaliza o registro. Com isso, o Ministério da Saúde poderá concluir as definições sobre sua incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Saiba mais sobre a vacina.
Beatriz Campos é redator(a) no Olhar Digital









