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Moradores de várias cidades do Ceará se surpreenderam na noite desta segunda-feira (8) com um meteoro cruzando o céu. O clarão rápido e intenso foi observado em Sobral, Jaguaruana, Independência, Horizonte, Guaraciaba do Norte e outras localidades, além da capital, Fortaleza.
Também houve registros em Piancó, na Paraíba, e em municípios pernambucanos como Araripina, Cabrobó, Floresta e Ouricuri. A Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) também informa ter recebido relatos do Rio Grande do Norte através do seu formulário online e de moradores no Piauí e na Bahia pelas redes sociais.

Segundo o astrônomo Lauriston Trindade, da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o objeto que gerou o meteoro atravessou a atmosfera a cerca de 80 mil km/h, surgindo no Sertão Central e seguindo em direção ao noroeste.
METEORO CRUZANDO CÉU DO CEARÁ!
Visto em Fortaleza e em várias cidades do interior. pic.twitter.com/Isga6Ee29c
— Dom (@domlancellotti) December 9, 2025
Meteoro não oferece risco
Trindade reforça que fenômenos desse tipo não oferecem risco à população, já que a maior parte do material se desintegra nas camadas mais elevadas da atmosfera. Ele explica que, embora a passagem tenha sido rápida, o meteoro percorreu uma longa distância, o que aumentou a chance de ser visto e registrado por muitas pessoas.
De acordo com o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Bramon, o meteoro foi classificado como um bólido. Esse termo é usado para identificar meteoros extremamente brilhantes que costumam terminar em uma explosão.
Zurita explica que a passagem de um fragmento de rocha espacial, ao entrar em alta velocidade na atmosfera, comprime e aquece os gases ao redor, criando uma intensa “bolha de luz”.
Meteoro que caiu no Ceará, muito lindo pic.twitter.com/nJgLWtlO1s
— Antônio Other (@antonioother) December 9, 2025
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Detritos do objeto podem ter chegado ao solo
Segundo os especialistas, analistas da Bramon ainda estão reunindo dados para definir com precisão o caminho percorrido e a possível queda de fragmentos (meteoritos). “Pelas imagens em que se percebe a fragmentação da rocha, e pelos relatos de estrondo escutado após a passagem do meteoro, podemos concluir que o objeto deixou meteoritos em solo”, afirma Zurita.
Embora estejamos no período da tradicional chuva Geminídeas, o meteoro observado não faz parte dela. Isso porque veio da direção sudeste, enquanto os geminídeos surgem do Nordeste nesse horário. Zurita ressalta que, ainda assim, o episódio pode servir de incentivo para quem quiser acompanhar o pico da Geminídeas, que acontece na noite entre sábado (13) e domingo (14).








