Crise de pânico: o que fazer para aliviar os sintomas?

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O influenciador Gustavo Tubarão, 24, publicou um vídeo do momento em que teve uma crise de pânico na academia no último dia 24. Em tom de alerta, o jovem disse que começou a passar mal e achou um quarto vazio para tentar “desacelerar a mente”.

Um ataque de pânico é uma crise na qual uma pessoa sente angústia, ansiedade ou medo extremo, e pode ter início súbito e vir acompanhado de outros sintomas físicos e emocionais.

“Um dos primeiros sinais é a falha nos pensamentos, acompanhada por sintomas físicos extremamente intensos. Quase como uma sensação de morte, os sintomas incluem os batimentos cardíacos e respiração acelerados, pressão no peito, além de um possível desconforto digestivo, suor e pressão intensa. A pessoa realmente sente que vai morrer”, explica Larissa Fonseca, psicóloga e especialista clínica em ansiedade, crise de pânico, burnout e sono, à CNN.

O psiquiatra Bruno Pascale Cammarota, médico da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, acrescenta que o ataque de pânico é, geralmente, inesperado e passageiro. Nos casos mais graves, a pessoa pode evitar locais públicos e aglomerações, em uma síndrome chamada agorafobia.

“As crises de pânico estão associadas à ansiedade, angústia, tremores, medo de passar mal, desmaios, palpitações e taquicardia, a ponto de a pessoa achar que está infartando”, explica.

Segundo os especialistas, as crises podem durar de 15 a 30 minutos. No entanto, o pânico pode demorar para ser diagnosticado. “Em geral, as pessoas acabam recorrendo a outras especialidades, como pronto-socorro ou cardiologia. O psiquiatra não costuma ser o primeiro profissional a ser procurado. Nisso, até a pessoa descobrir e ter um tratamento correto leva em torno de seis meses a um ano”, afirma Cammarota.

O que fazer durante uma crise de pânico?

Ao notar que está tendo uma crise de pânico, algumas medidas simples podem ser realizadas para aliviar os sintomas. Uma delas é controlar a respiração, inspirando e expirando pelo nariz, de forma lenta e profunda. “Se houver um banheiro próximo, é interessante ir até ele e lavar bastante o rosto”, recomenda o psiquiatra.

Fonseca também sugere segurar um cubo de gelo ou colocar uma flanela úmida e gelada no pulso.

No entanto, o ideal é que a pessoa busque ajuda de um psiquiatra para iniciar o tratamento adequado para a condição, com uso de medicamentos eficazes e com acompanhamento da terapia psicológica. “Tanto a medicação quanto a psicoterapia vão ajudar o indivíduo a ter uma melhora nos sintomas e ter mais consciência sobre o problema”, completa Cammarota.

E como outras pessoas podem ajudar?

Outras pessoas também podem ter papel fundamental no alívio da crise de pânico. Segundo Fonseca, é importante que amigos, colegas ou familiares deixem claro à pessoa que eles estão presentes para ajudá-la, garantindo sua segurança.

“Lembre-a de respirar e deixe claro que o ataque de pânico é temporário e que você vai estar ao lado dela. Utilizar a técnica de ‘grounding‘, pedindo para ele responder quatro objetos que ela consegue ver, três que ela consiga sentir o cheiro e dois que ela possa tocar, pode ser fundamental para ajudar a pessoa a desfocar dos sintomas”, orienta a psicóloga.

Dizer palavras positivas, oferecer água ou outra bebida que possa acalmá-la também são medidas interessantes. Por fim, amigos e familiares devem incentivar a procura de ajuda médica. “Ainda existe muito preconceito em relação a isso. As pessoas ainda acham que é bobeira e frescura”, observa Cammarota.

O que não fazer durante uma crise de pânico?

Por outro lado, algumas atitudes podem ser desfavoráveis durante uma crise de pânico e devem ser evitadas.

“Não minimize ou desmereça a dor da pessoa dizendo coisas como ‘eu já passei por isso, não é nada’. Evite pressioná-la a se acalmar, pois isso pode aumentar ainda mais a sensação de desespero. Em vez disso, mostre empatia e escute ativamente o que ela está sentindo”, orienta Fonseca.

Também evite gritar com a pessoa durante uma crise de pânico ou ironizar a situação. Por fim, não é recomendado deixar a pessoa sozinha durante o ataque.

“Ofereça apoio, mesmo que ela queira ir ao pronto-socorro (algo bastante comum), pergunte se há algo que você possa fazer para ajudar, e esteja presente durante esse momento difícil”, finaliza a psicóloga.

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