O gesto de levantar o braço com o punho cerrado é um símbolo frequentemente visto em manifestações de cunho social, especialmente em atos realizados por movimentos negros.
Mas qual é o significado desse símbolo?
O punho cerrado é um símbolo de solidariedade e apoio a causas relacionadas a conflitos sociais como racismo, xenofobia e sexismo. O gesto, inclusive, era comumente usado por Nelson Mandela, uma das principais personalidades mundiais na luta contra a discriminação racial.
Primeiro negro a ser eleito presidente da África do Sul, Mandela passou 27 anos na prisão e foi um dos principais líderes líderes na luta contra o Apartheid, um regime de discriminação racial no país. Ele morreu em 2013.
Em 1900, quando deixou a prisão após forte pressão internacional, Mandela apareceu em público cercado por uma multidão de apoiadores e exibindo o punho cerrado e erguido.
“[O símbolo] Também é utilizado como uma saudação para expressar unidade, força, desafio ou orgulho de pertencer a um grupo social politicamente minorizado. A saudação remonta a antiga Assíria como um símbolo de resistência em face da violência”, explica o sociólogo Tadeu Kaçula.
Na concentração, antes de a escola desfilar no sambódromo do Anhembi, Mestre Adamastor pediu para que os integrantes levantassem a mão e fechassem o punho. Depois do pedido, Adamastor questionou o que significava o gesto.
“Sabe o que significa isso? P*** nenhuma. Porque se a gente a gente não cantar, a gente está morto com farofa. Essa é a real”, disse o presidente.
A fala foi considerada racista e desrespeitosa à luta dos movimentos negros. A Liga das Escolas de Samba de São Paulo divulgou uma nota na qual repudiou as falas e prometeu tomar medidas cabíveis.
“Um punho cerrado é um símbolo da luta antirracista, que expressa a unidade, a força e o orgulho do povo preto. A Liga-SP não compactua com a fala equivocada de um presidente, manifestada durante o Carnaval SP 2023, e vai tomar as medidas cabíveis internamente”, disse a nota da entidade.
Após a polêmica, a X-9 Paulistana também divulgou uma nota e pediu desculpas. “Queremos destacar que o racismo ou qualquer tipo de preconceito não reflete os princípios e pensamentos da nossa agremiação e nem do nosso Presidente. Somos uma Escola múltipla de pensamentos e pessoas, sendo certo que o princípio maior que nos guia é o respeito a todos.”