Defesa de policiais diz que delação de empresário morto em aeroporto são “especulações“

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A defesa de dois policiais civis afastados pela Corregedoria por serem citados na delação do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos (SP) na última sexta-feira (8), afirmou em nota que as declarações de Vinícius são “especulações e falácias”.

Em nota, os advogados do delegado de polícia, Dr. Fábio Baena Martin, e do investigador Eduardo Monteiro, “esclarecem, em razão de matérias recentemente veiculadas, que as mentiras propagadas por criminoso delator já foram objeto de ampla investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil e, arquivada, a pedido do próprio Ministério Público, o que veio a ser ratificado e confirmado em recurso apreciado pela Procuradoria Geral de Justiça”.

Em outro trecho a defesa diz que “as especulações e falácias propagadas pelo delator Antônio Vinicius Gritzbach, feitas com o intuito de tentar macular a escorreita investigação que comprovou sua participação no homicídio/organização criminosa, repetidas em novas oitivas não possuem o condão de modificar a coisa julgada e o entendimento do Ministério Público.

“Morto-vivo”

O empresário Antônio Vinícius Gritzbach, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e que estava jurado de morte afirmou durante as tratativas para homologação com o Ministério Público de uma delação premiada ser um “morto-vivo”, caso o órgão não fornecesse mais “amparo” de segurança para ele, segundo mostra um vídeo obtido pela CNN.

“A única coisa que eu preciso, cada vez mais, é de mais segurança. Eu preciso de um amparo de vocês também (..) senão vocês estão falando com um morto-vivo hoje aqui”, afirmou Gritzbach

Vídeo

Elo com o PCC

De acordo com apuração da CNN, Gritzbach passou a ser alvo de ameaças após a morte de dois membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, vulgo “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, vulgo “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. Gritzbach teria sido jurado de morte pelo PCC por conta dos assassinatos.

O empresário — que trabalhava no ramo imobiliário — conheceu “Cara Preta” em meados de 2018 e começou a realizar investimentos para ele.

Fontes ligadas às investigações revelam que foram feitas transações milionárias com o dinheiro de origem duvidosa. Com o tempo, porém, “Cara Preta”, que era responsável pela movimentação de valores milionários, passou a suspeitar de desfalques e iniciou uma escalada de cobranças, exigindo que Gritzbach “prestasse contas dos lucros obtidos”, segundo documentos da investigação.

Conforme as suspeitas se intensificaram, “Cara Preta” se convenceu de que estava sendo enganado e teria então exigido a devolução integral dos valores. Como não tinha como devolver, Gritzbach teria encomendado a morte do membro influente da organização criminosa, segundo investigação da Polícia Civil.

Investigação e afastamentos

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que testemunhas e envolvidos no episódio já foram ouvidos. Cinco policiais militares que faziam a segurança de Gritzbach foram afastados. Além deles, outros policiais também estão sob investigação em um Inquérito Policial Militar, que corre sob segredo de Justiça há aproximadamente um mês, também foram afastados.

Paralelamente, a Polícia Civil instaurou uma apuração preliminar para investigar denúncias de corrupção contra quatro policiais civis citados na delação premiada de Gritzbach. Eles também foram afastados das atividades operacionais enquanto as acusações são apuradas.

A Delegacia de Homicídios (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, investiga a hipótese de queima de arquivo, que pode ter partido de qualquer um dos inimigos do empresário, como motivação do crime.

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