Ferramentas de tecnologia poderiam evitar atentados, diz especialista

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Especializado em Tecnologia da Informação, o engenheiro Caio Victor Tobias disse em conversa com a CNN que o atentado na praça dos Três Poderes poderia ter sido evitado se houvesse boas ferramentas para rastrear ameaças.

“Existem ferramentas de Inteligência em Fontes Abertas (OSINT) que coletam informações em fóruns da deep web, dark web e até na surface web, processando esses dados para ajudar na detecção de ameaças”, disse.

O engenheiro, com passagens no setor público e privado, afirma ainda que essas ferramentas poderiam ser utilizadas pelas áreas de inteligência do governo. “Pode ser utilizada de uma forma proativa no processo de detecção. Ou seja, as polícias podem monitorar grupos abertos específicos e mensagens públicas em redes sociais com pessoas planejando um determinado atentado”, declarou.

Veja a seguir trechos da entrevista:

CNN: Em relação ao atentado ocorrido essa semana no STF em Brasília, seria possível evitar atentados desse tipo?

Especialista: Embora não seja possível evitá-los totalmente, em muitos casos, sim. Com frequência, pessoas que planejam atentados terroristas acabam compartilhando informações em grupos e fóruns com ideais semelhantes. Além disso, elas buscam informações na internet sobre como executar esses atentados. Quando isso acontece, há a possibilidade de uma detecção prévia.

CNN: Como isso poderia ser feito?

Especialista: Existem ferramentas de Inteligência em Fontes Abertas (OSINT) que coletam informações em fóruns da deep web, dark web e até na surface web, processando esses dados para ajudar na detecção de ameaças. Empresas geralmente utilizam essas ferramentas focando na Inteligência de Ameaças Cibernéticas (CTI), visando detectar ameaças cibernéticas específicas ao seu negócio. Por outro lado, forças da lei de uma forma geral as utilizam para monitorar grupos e atores de ameaça.

CNN: E como as forças policiais poderiam usar ferramentas desse tipo e como elas ajudariam exatamente?

Especialista: Pode ser utilizada de uma forma proativa no processo de detecção. Ou seja, as polícias podem monitorar grupos abertos específicos e mensagens públicas em redes sociais com pessoas planejando um determinado atentado. Ao detectar isso, já é um indício inicial para as áreas de inteligência das polícias com o devido processo legal e autorizações da justiça aprofundarem as investigações para identificação se efetivamente trata-se de uma ameaça real ou de alguém que apenas fez um post indevido.

CNN: As polícias de outros países utilizam-se desse tipo de ferramenta para tentar antecipar atentados?

Especialista: Sem dúvida alguma, as forças da lei de uma forma geral utilizam-se de diversas ferramentas de inteligência para suas operações. E ferramentas de Inteligência em Fontes Abertas são essenciais para trazer visibilidade de informações que estão disponíveis, abertas na Internet e em fóruns públicos, mas que necessitam de uma coleta organizada a indexação para alertas específicos.

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