O atentado na Praça dos Três Poderes ocorrido na última quarta-feira (13) mudou a rotina de segurança nos arredores dos prédios do Supremo, do Congresso e do Planalto. O patrulhamento na região central de Brasília foi reforçado e todo o local passa por uma varredura completa com equipes antibomba.
O Distrito Federal criará uma divisão antiterrorismo para atuar na prevenção de ataques como o de quarta-feira. Segundo o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, o setor fará parte da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF.
Na quinta-feira (16), o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a ser cercado por grades pela equipe de segurança da Corte. As grades também foram colocadas ao redor do prédio após os atos de 8 de janeiro, mas foram retiradas em fevereiro de 2024, em um evento simbólico.
Após as explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o Plano Escudo — que permite a atuação do Exército nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu e da Granja do Torto sem uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem.
O secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, afirmou que o governo da capital estuda colocar mais câmeras na Esplanada. Para ele, o episódio do homem-bomba foi uma “situação esporádica” e “não há lugar mais seguro no Brasil do que a Esplanada dos Ministérios”.
O que aconteceu
Na noite de quarta, duas fortes explosões foram registradas nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). No local, foi encontrado o corpo de um homem – que mais tarde foi identificado como Francisco Wanderley Luiz.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) também confirmou a explosão de um carro, pertencente a Francisco, no Anexo 4 da Câmara dos Deputados.
Conhecido como Tiü França, o ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina em 2020 foi o responsável pelas explosões.
Em nota, o PL de Santa Catarina informou que “reafirma sua posição contra qualquer ato de violência que fira pessoas ou ameace as instituições democráticas”. O partido também disse que defende “firmemente o equilíbrio entre os poderes da República” e que “nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa de democracia”.
Segundo as informações preliminares, Francisco Wanderley já tinha passagem pela polícia e foi preso em dezembro de 2012.
As autoridades permaneceram durante toda a noite posterior ao caso realizando uma operação de varredura antibombas na região. A polícia também atuou para desativar artefatos plugados no corpo do indivíduo, que permaneceu no local do atentado até a manhã de quinta (14).