Ibama combate garimpo ilegal em terras indígenas de Mato Grosso

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O garimpo ilegal continua sendo uma das maiores ameaças no Brasil, e a Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso, é um dos locais mais impactados por essa prática.  Em uma iniciativa firme para proteger a região, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Onipresente no dia 10 deste mês. Essa ação visa não apenas conter, mas desmantelar as estruturas utilizadas por criminosos para explorar ilegalmente os recursos da TI Sararé, tradicionalmente ocupada pelo povo Nambikwara.

Localizada nos municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, a TI Sararé tem sofrido uma intensificação da atividade ilegal, motivada pela migração de garimpeiros após o endurecimento da fiscalização em outras terras indígenas. A prática do garimpo ilegal não afeta apenas as comunidades indígenas, mas também causa destruição ambiental severa, com impactos irreparáveis nos rios e florestas.

O uso de substâncias tóxicas, como o cianeto, representa um grave risco à saúde humana e à biodiversidade. Nesta operação, o Ibama inutilizou dezenas de equipamentos, incluindo 36 escavadeiras hidráulicas, e desmobilizou acampamentos ilegais.

Com essa ofensiva, o governo reforça seu compromisso com a preservação das terras indígenas e a proteção ambiental. A queda significativa nos alertas de desmatamento na TI Sararé desde o início das operações deste ano demonstra que a fiscalização sistemática é essencial para conter o avanço dessas práticas criminosas.

Resultados da Operação Onipresente em Mato Grosso


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Os números da Operação Onipresente impressionam. Em menos de uma semana, o Ibama inutilizou 36 escavadeiras hidráulicas, 16 motores estacionários, cinco caminhonetes e três motos, além de desmobilizar 13 acampamentos de apoio ao garimpo. A fiscalização também detectou uma bacia de cianetação, onde o cianeto, um composto químico altamente tóxico, era utilizado no refino de minérios, substituindo o mercúrio.

O uso do cianeto no garimpo ilegal representa uma ameaça ainda maior, devido à sua toxicidade e aos danos que pode causar ao meio ambiente e à saúde humana. Além disso, a TI Sararé lidera o ranking nacional de alertas de garimpo em terras indígenas, destacando a urgência de medidas como esta operação. A facilidade de acesso à área é apontada como um dos fatores que favorecem a rápida instalação das atividades ilegais na região.

A atuação do Ibama, em parceria com outros órgãos de segurança, tem demonstrado resultados efetivos. Em agosto, a destruição causada pelo garimpo na TI Sararé atingiu 40 hectares, enquanto em setembro, após intensificação das ações de fiscalização, a área impactada caiu para apenas 7 hectares. Essa redução expressiva reforça a importância de operações regulares e integradas.

Histórico e importância da TI Sararé

A Terra Indígena Sararé, homologada em 1985, é tradicionalmente ocupada pelo povo Nambikwara. Localizada em Mato Grosso, a TI abrange áreas nos municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. Além de sua relevância cultural e histórica, a região possui uma rica biodiversidade, com rios e florestas que desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental.

As atividades ilegais, como o garimpo, comprometem não apenas o meio ambiente, mas também o modo de vida das comunidades indígenas. Essas práticas causam degradação ambiental, poluição de rios e colocam em risco a saúde e segurança do povo Nambikwara. A luta pela proteção da TI Sararé é uma batalha que envolve não apenas o governo e órgãos ambientais, mas também toda a sociedade na defesa do patrimônio natural e cultural do Brasil.

O compromisso do Ibama com ações como a Operação Onipresente reforça a importância da fiscalização e da punição de crimes ambientais. Apenas com a união de esforços será possível garantir um futuro sustentável para as terras indígenas e as populações que delas dependem.

MATO GROSSO – CenárioMT

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