Aumento de feminicídio em Mato Grosso evidencia crise de violência contra a mulher

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Mato Grosso enfrenta uma grave crise de violência contra a mulher, com números que acendem um alerta em todo o estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, os casos de feminicídio cresceram 14,2% nos primeiros dez meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Foram registrados 40 feminicídios, uma média de quase um por semana, indicando que as ações de proteção e prevenção precisam ser ampliadas com urgência.

Entre as cidades mais afetadas estão Cuiabá, Sinop e Várzea Grande, que lideram os índices de feminicídio. Em muitos casos, as vítimas já haviam buscado ajuda anteriormente: 17% registraram boletins de ocorrência contra os agressores, mas apenas 5% tinham medidas protetivas ativas. Este cenário reflete não apenas falhas no sistema de proteção, mas também uma cultura que ainda perpetua o machismo estrutural e a violência de gênero.

Apesar da recente aprovação de uma lei que aumenta as penas para feminicídio, com sanção em outubro pelo presidente Lula, os números mostram que mudanças legislativas precisam ser acompanhadas por ações integradas de educação, conscientização e acolhimento às vítimas. Nesta análise, abordamos os dados, as causas e os caminhos necessários para reverter essa trágica realidade.

Crescimento dos casos de feminicídio em Mato Grosso


Além das ações emergenciais, o combate ao feminicídio passa por uma mudança cultural profunda.Além das ações emergenciais, o combate ao feminicídio passa por uma mudança cultural profunda.
Além das ações emergenciais, o combate ao feminicídio passa por uma mudança cultural profunda.

Os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública mostram que os meses de setembro e outubro foram os mais violentos, marcando um aumento significativo no número de feminicídios. Cuiabá e Sinop aparecem como as cidades com mais registros, seguidas por Várzea Grande.

Em muitos dos casos, a violência já era previsível, pois as vítimas haviam feito denúncias anteriores. Contudo, a baixa aplicação de medidas protetivas demonstra uma falha estrutural no sistema de proteção às mulheres.

Com a nova legislação sancionada, a pena mínima para feminicídio passa de 12 para 20 anos, podendo chegar a 40 anos em casos agravados. Embora a medida seja um avanço, especialistas alertam que penas mais severas não são suficientes para prevenir novos crimes. É preciso fortalecer a rede de proteção às mulheres e ampliar o acesso a serviços de acolhimento e suporte psicológico.

A importância de políticas públicas na luta contra a violência

Para a coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública de Mato Grosso, Rosana Leite, o aumento de feminicídios é um reflexo de uma sociedade ainda marcada pela desigualdade de gênero. “O aumento dos casos de feminicídio é um reflexo de uma sociedade doente”, afirma Rosana. Ela destaca a necessidade de investimentos em políticas públicas que combatam as raízes do problema, como o machismo estrutural e a violência de gênero normalizada.

Campanhas de conscientização, programas educacionais e atendimento humanizado às vítimas são alguns dos caminhos apontados por especialistas. A coordenadora enfatiza que é essencial integrar esforços do Estado, da sociedade civil e das instituições para garantir a segurança das mulheres e promover uma cultura de igualdade e respeito.

Educação e conscientização como ferramentas contra o feminicídio

Além das ações emergenciais, o combate ao feminicídio passa por uma mudança cultural profunda. Programas educativos que promovam o respeito e a igualdade entre os gêneros devem ser implementados desde a infância.

A formação de profissionais de segurança pública e o fortalecimento de redes de apoio também são fundamentais para criar um ambiente seguro para as mulheres.

A mobilização social desempenha um papel crucial nesse processo. Denúncias de agressões, apoio às vítimas e o incentivo à construção de relações saudáveis são passos indispensáveis para combater a violência contra a mulher.

Com esforços conjuntos, é possível reverter o aumento alarmante dos feminicídios em Mato Grosso e criar um futuro mais seguro e igualitário.

MATO GROSSO – CenárioMT

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