Gilmar Mendes: Sem Moraes no inquérito das fake news, Brasil seria “outro” e “pior”

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, elogiou a atuação do colega Alexandre de Moraes na relatoria do inquérito das fake news.

“Posso dizer que certamente o Brasil seria outro – e pior – não fora essa designação do ministro Alexandre e sua atuação na frente desse inquérito”, afirmou o decano do STF.

Gilmar deu a declaração em um evento promovido pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT) para celebrar os 35 anos da Constituição do estado, nesta segunda-feira (18).

O próprio Moraes e o ministro Flávio Dino também estiveram presentes no evento.

No discurso, Gilmar disse que Dias Toffoli – presidente do STF na época da abertura do inquérito, em março de 2019 – “assumiu o ônus” de designar Moraes para a relatoria.

Moraes foi designado para a relatoria sem sorteio. O inquérito também foi aberto de ofício por Toffoli, ou seja, sem o Ministério Público ou a Polícia Federal terem solicitados formalmente a abertura.

É muito fácil ser profeta de obra acabada, ou engenheiro de obra pronta, como se diz. Mas posso dizer que certamente o Brasil seria outro – e pior – não fora essa designação do ministro Alexandre e sua atuação na frente desse inquérito. A memória vacila, como nós sabemos. Gosto de uma frase do escritor tcheco Milan Kundera (1929-2023): que a luta contra o poder e seu abuso é a luta da memória contra o esquecimento. Naquele momento, falávamos de gabinete do ódio, de perseguição, que depois se materializou contra juízes e o próprio Supremo Tribunal Federal.

Gilmar Mendes, ministro do STF

Sigiloso, o inquérito das fake news tramita há mais de 5 anos e já mirou empresários, políticos, comunicadores digitais, entre outras personalidades ligadas à direita.

Inicialmente, as investigações visavam apurar ameaças ao STF e ao respectivos ministros nas redes sociais, mas acabou tendo o leque ampliado, gerando até outros inquéritos, como o das milícias digitais.

O chamado de “inquérito do fim do mundo”, por críticos da direita ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda não tem prazo para acabar.

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