O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, vai prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), em Brasília, segundo apuração da CNN.
Cid fechou um acordo de delação premiada em setembro do ano passado, após ter sido preso no âmbito da Operação Venire, que investiga fraudes em certificados de vacinação contra a Covid-19.
O militar foi preso em maio de 2023 e solto quatro meses depois, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após aceitar a colaboração premiada.
Nesta terça-feira, o tenente-coronel será interrogado com base em arquivos deletados de seu computador — apreendido durante busca e apreensão da PF.
A corporação recuperou os arquivos com um aparelho de perícia israelense e quer que Cid esclareça os pontos em aberto.
Por ser colaborador, Cid não pode omitir nenhuma informação. Caso omita ou falte com a verdade, a delação não terá valor, segundo investigadores.
A conclusão do inquérito que trata de suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil foi adiada após a PF encontrar novos elementos tanto nos aparelhos eletrônicos de Cid, quanto nos do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente.
Nos arquivos do tenente-coronel, mensagens com teor golpista foram identificadas e incluídas no inquérito, segundo apuração da CNN.
A CNN entrou em contato com a defesa de Mauro Cid para um parecer sobre o novo depoimento à PF e não obteve resposta. O espaço segue aberto para pronunciamento.
Indiciamento
Em março deste ano, Cid, Jair Bolsonaro e outras 15 pessoas foram indiciadas por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.
Os dois foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos.
No mesmo mês, o tenente-coronel foi preso novamente por descumprir medidas de cautelares impostas e por obstrução de Justiça.
Mauro Cid voltou a ser solto em maio, após Alexandre de Moraes conceder liberdade provisória e manter a validade do acordo de delação premiada.