O general da reserva Mario Fernandes, preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), atuou por um ano no gabinete de Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde eleito deputado federal em 2022.
Ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) e integrante dos “kids pretos”, Fernandes é suspeito de integrar uma organização criminosa que planejou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nomeado por Pazuello em março de 2023, Fernandes tinha “Cargo de Natureza Especial (CNE-09)” – segundo maior vencimento do tipo na Casa, com remuneração aproximada de R$ 15.600,00.
O general da reserva foi demitido da função em março deste ano, após ele ser investigado no inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.
“Punhal Verde e Amarelo”
O planejamento operacional da organização criminosa era denominado como “Punhal Verde e Amarelo”.
Os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes deveriam ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os investigados teriam planejado os assassinatos de Lula e do então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, no dia 15 de dezembro de 2022.
A PF também informou que Alexandres de Moraes era monitorado continuamente.
A organização previa ainda a instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para lidar com as consequências das ações.
Quem são os kids pretos
“Kids pretos” é um grupo de elite formado por militares do Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis, politicamente sensíveis.
Nesta manhã, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares.
O Exército acompanhou o cumprimento dos mandados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
(Com informações Elijonas Maia, Leticia Martins e Julliana Lopes)