A Secretaria de Políticas Econômicas (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou a projeção da inflação para 4,4% em 2024, mais otimista do que a expectativa do mercado financeiro. O dado foi divulgado no Boletim Macrofiscal nesta segunda-feira (18).
O Boletim Focus, divulgado também nesta segunda pelo Banco Central, aumentou a projeção do IPCA pela sétima semana consecutiva, para 4,64%.
De acordo com a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, a diferença entre as projeções se justifica porque o governo espera que a bandeira tarifária de energia elétrica em dezembro seja verde — sem cobrança extra.
A especialista afirmou que, caso essa mudança seja concretizada, o impacto inflacionário será de 0,17 p.p.
A SPE informou também que o aumento da inflação é resultado dos eventos climáticos e do impacto da depreciação cambial.
“Se concretizado o cenário de bandeira verde, é muito provável que essas inflações [projetadas] do mercado também caiam um pouco para incorporar a mudança de bandeira”, disse.
“Tirando isso, estamos bem alinhados com o que o mercado está vendo porque, de fato, os choques cambiais, choques climáticos foram bastantes intensos e explicam a aceleração da inflação no ano”.
A bandeira verde significa que há condições favoráveis para a geração de energia. Por essa razão, a tarifa não sofre nenhum acréscimo.
Para novembro, a bandeira tarifária é amarela. Em razão disso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos.
“[O Boletim] Focus não consegue capturar a expectativa dos agentes para bandeira tarifária no final do ano. No último boletim [Macrofiscal], a gente estava esperando bandeira tarifária amarela e a gente está esperando agora bandeira verde”, disse Nadal.
Corte de gastos
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que as medidas que estão sendo discutidas para cortar gastos públicos têm como objetivo fortalecer e reforçar o compromisso do governo com o arcabouço fiscal.
“Todo o nosso esforço tem sido para mostrar a resiliência e a sustentabilidade das regras fiscais. Isso quer dizer que o ritmo de crescimento das despesas públicas individuais não pode ser muito diferente do ritmo de crescimento da despesa pública total”, afirmou.