Jeca e Joca: os codinomes de Lula e Alckmin no plano golpista

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O relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (19), em meio à operação que prendeu “kids pretos” que visavam aplicar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022, revelou que os integrantes do grupo criminoso utilizavam codinomes para se referir a pessoas que eram os alvos desse plano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), por exemplo, eram chamados pelos criminosos de “Jeca” e “Joca”, respectivamente. Um terceiro codinome, “Juca”, foi utilizado para se referir a uma “iminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov”, mas a PF afirmou que não obteve elementos para identificar a quem o nome se referiria.

Já o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), era chamado de “Professora” – inclusive por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, Cid sabia do plano de assassinato de Lula.

Além de Lula e Alckmin, outros codinomes eram utilizados para se referir aos próprios kids pretos, a fim de não revelar as identidades, ou a eventos relacionados ao plano.

No caso dos investigados, segundo a PF, os codinomes eram geralmente associados a países: Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana. Eles também utilizavam mais de uma alcunha para a mesma pessoa.

“As investigações demonstraram, inclusive, que Rafael Martins de Oliveira participou da ação se utilizando do codinome ‘Diogo Bast’, que também seria referência ao codinome ‘Japão’”, diz o documento. Em outro trecho, a PF mostra que “o usuário ‘teixeiralafaiete230’ também recebeu o codinome ‘Alemanha’”.

O planejamento operacional da organização era denominado como “Punhal Verde e Amarelo”. Os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes deveriam ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na operação desta manhã, os agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Entre os alvos, estão quatro militares (incluindo um general da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro) e um policial federal. O Exército acompanhou o cumprimento dos mandados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

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