A situação política na Venezuela foi um dos tópicos da conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Brasil, e dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta terça-feira (19).
A transição energética devido à crise climática também esteve entre os assuntos do encontro, que aconteceu às margens da cúpula do G20, que foi realizada no Rio. Eles almoçaram juntos.
Segundo o comunicado divulgado pelo governo americano sobre o encontro, Lula e Biden concordaram em continuar as discussões para que a “vontade do povo venezuelano seja respeitada” e que se acabe a “repressão política” no país, segundo nota emitida pela Casa Branca.
Até o momento, não foi emitido um comunicado brasileiro sobre o encontro.
Lula, porém, se manifestou nas redes sociais, onde relatou o encontro e disse ter lançado, com Biden, “uma nova parceria para a transição energética justa entre Brasil e Estados Unidos”.
“Serão ações conjuntas em produção e desenvolvimento de tecnologias de energia verde e industrialização verde, abertas para adesão de outros países. Mais um marco na diplomacia e no desenvolvimento sustentável”.
Mudanças climáticas
Lula e Biden também falaram sobre a necessidade de uma “ação urgente para enfrentar a crise climática”, de acordo com nota do governo americano.
O presidente americano agradeceu a Lula pelo convite para visitar Manaus antes do G20 e reforçou o apoio americano ao Fundo Amazônia, um fundo internacional que visa manter preservada a floresta.
Ambos líderes também acertaram uma nova parceria pela transição energética, que visará a descarbonização dos setores manufatureiro e industrial.
O anúncio do acordo havia sido antecipado pela âncora da CNN Débora Bergamasco.
Biden, que está de saída da presidência dos EUA – em janeiro, assume Donald Trump, avesso a medidas de visam mitigar as mudanças climáticas -, disse a Lula que tem “confiança na durabilidade dessa parceria” entre Estados Unidos e Brasil na pauta ambiental, “que se baseia em uma cooperação bilateral de longa data”.
Haiti
Além da Venezuela, os presidentes, segundo a Casa Branca, também falaram sobre o Haiti.
Eles elogiaram o papel do Quênia no país. A nação africana está coordenando uma missão de paz no território haitiano, que vive conflagrado por crises políticas e de segurança pública que se retroalimentam. Entre 2004 e 2017, o Brasil liderou uma missão da ONU no país caribenho.
*Publicado por Henrique Sales Barros, da CNN, em São Paulo