A Polícia Federal (PF) realizou, nesta terça-feira (19), uma operação contra uma organização criminosa que teria sido responsável por planejar os assassinatos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
De acordo com a PF, o grupo seria formado, na maioria, por militares das Forças Especiais (FE), conhecidos como “kids pretos”, e visava um golpe de estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.
A decisão, que embasou a operação de hoje, e que tem como relator o próprio ministro Alexandre de Moraes, afirma que a investigação encontrou “indícios de que o aparato público-militar foi utilizado na empreitada criminosa”.
“Pelo menos um veículo oficial do Batalhão de Ações de Comandos, razão pela qual revela-se essencial apurar o motivo e as circunstâncias que motivaram o deslocamento do referido veículo no dia do evento “copa 2022”, e possivelmente em outros dias relacionados aos fatos investigados”, relata o documento.
Segundo a investigação, o deslocamento do veículo teria ocorrido no dia 15 de dezembro de 2022.
“Câmeras de registro de passagem de veículos obtiveram as imagens do veículo JGC0271, pertencente ao Batalhão de Ações e Comando do Exército – BAC, podendo ser visualizada a presença de ao menos duas pessoas”, diz outro trecho.
A autoridade policial ressaltou que registros oficiais adicionais, como ordens de missão, dados de saída e entrada, conduta, registro de abastecimento e outros, podem auxiliar a tornar mais compreensível algumas lacunas que podem ter sobrado na apuração dos fatos investigados.
Afirma ainda que o monitoramento dos dados do major Rafael Martins de Oliveira, em posse da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP/RJ) e investigado na operação, também podem ajudar a trazer informações de relevância sobre o deslocamento.
Ele, que tem formação em forças especiais do Exército Brasileiro e é integrante do grupo “kids pretos”, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (19).
A Procuradoria-Geral da República se manifestou concordando com a representação da autoridade policial.
“No mesmo sentido, a expedição de ofícios ao Comando do Exército Brasileiro e à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP/RJ) constituem medidas de interesse à investigação, capazes de indicar a movimentação dos veículos oficiais no período relevante, além de trazer informações adicionais em relação ao itinerário de Rafael Martins de Oliveira. São medidas, portanto, proporcionais e necessárias, que auxiliarão na elucidação da atuação dos investigados no planejamento e preparação de ato de ruptura institucional”, afirma a PGR no documento.