O Ministério da Fazenda espera uma queda de 1,7% no PIB da Agropecuária em 2024, em um movimento contrário ao desempenho geral da economia do país. A informação está no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta segunda-feira (18/11) pela Secretaria de Política Econômica. A previsão anterior da pasta era de uma retração de 1,9% este ano.
No boletim, a Secretaria explica que a mudança foi feita depois de revisões nas expectativas de produção nos segmentos de trigo, laranja, café, algodão e cana-de-açúcar. Houve também uma melhora nas expectativas de abate de animais no terceiro trimestre deste ano.
Na avaliação do Ministério da Fazenda, a agropecuária teve um leve crescimento de 0,2% no intervalo de julho a setembro, em comparação com o trimestre anterior. Significa uma mudança nas expectativas para o período, já que a previsão anterior era de retração de 0,5%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, a expectativa da Pasta é de um crescimento de 1,2% no PIB do setor.
“A revisão repercute resultados melhores do que os inicialmente esperados para a produção pecuária e para a colheita de algodão, em contraposição a revisões para baixo nas estimativas para a safra de cana-de-açúcar e café, devido aos efeitos da estiagem e de queimadas, e da laranja, em decorrência do greening, doença que afeta plantas cítricas”, informa a Secretaria de Política Econômica.
Se confirmado, seria, até certa medida, uma recuperação da atividade agropecuária em 2024. Do primeiro para o segundo trimestre do ano, o setor teve queda de 2,3%, e caiu 2,9% na comparação com o resultado do segundo trimestre de 2023.
De qualquer forma, não deve ser suficiente para evitar um desempenho negativo em base anual. Já considerando a estimativa para o terceiro trimestre, o Ministério da Fazenda calcula uma retração de 1,6% no PIB Agropecuário no acumulado de 12 meses até setembro de 2024.
Perspectivas
Para 2025, a previsão do Ministério da Fazenda é de que o agro volte a crescer. O desempenho do setor deve, inclusive, compensar a desaceleração que é esperada para os setores de indústria e de serviços. A Secretaria da Política Econômica projeta uma expansão de 6% no PIB Agropecuário no ano que vem.
“A projeção é baseada no primeiro prognóstico do IBGE para a safra de 2025, que prevê novo recorde para a produção de soja, e já considera os efeitos de uma reversão no ciclo de expansão de bovinos observado no triênio 2022-2024″, diz o boletim.
Resultado geral
No geral, a Secretaria de Política Econômica divulgou uma previsão de crescimento de 3,3% no Produto Interno Bruto do Brasil em 2024. O número é mais otimista que o de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central.
No boletim Focus, também divulgado nesta segunda-feira, eles mantiveram a avaliação de que a economia do país deve ter uma expansão de 3,1% neste ano.
Para anos seguintes, a expectativa é de manutenção da trajetória de crescimento econômico. O PIB deve aumentar 2,5% em 2025; 2,6% em 2026 e 2027; e, novamente, 2,5% em 2028.
“A estimativa é conservadora, podendo surpreender a depender dos ganhos de produtividade e de eficiência alocativa que emergirem do Plano de Transformação Ecológica e da reforma tributária. O aumento na produção e exportação de petróleo e de energias renováveis também podem contribuir para elevar o potencial de crescimento do Brasil ao longo dos próximos anos”, diz o Ministério da Fazenda.