Saiba quem são as vítimas do Serial Killer de Alagoas

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A Polícia Civil de Alagoas prendeu nesta terça-feira, 19, Albino Santos de Lima, de 42 anos, acusado de ser o autor de 10 assassinatos, todos cometidos em Maceió e em um raio de 800 metros da sua residência. Essa alta quantidade de crimes o faz ser considerado o maior serial killer (assassino em série) da história do Estado, segundo as autoridades de segurança local.

Segundo as investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os assassinatos aconteceram em um espaço de, aproximadamente, 10 meses. O primeiro foi registrado em 29 de outubro de 2023, e o último, em agosto deste ano. Das 10 vítimas, sete são mulheres e três, homens.

Conforme a polícia, Albino tinha o costume de tirar fotos e fazer selfies na lápide de suas vítimas.

Lima chegou a confessar a autoria de oito homicídios em um depoimento dado à polícia na semana passada. Ao lado do seu advogado, ele declarou que matou as vítimas porque elas supostamente estariam envolvidas com organizações criminosas, o que é negado pela polícia. Preso, Albino foi indiciado em três inquéritos por crimes de homicídio qualificado.

Em entrevista à TV Globo, o advogado de defesa de Albino, Geoberto Luna, o chamou de “sociopata”. “A cabeça dele é uma cabeça de uma pessoa doente, um sociopata, e esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que, mesmo sendo um serial killer, ficando-se confirmado, ele tem direito a defesa”, disse.

 

Quem são as vítimas e quando elas morreram

As dez vítimas identificadas e as datas de suas mortes são:

  1. Mikaele Leite da Silva (19 de outubro de 2023)
  2. Louise Gybson Vieira de Melo (11 de dezembro de 2023)
  3. Beatriz Henrique da Silva (15 de dezembro de 2023)
  4. Débora Vitória Silva dos Santos (18 de dezembro de 2023)
  5. John Lennon Santos Ferreira (18 de dezembro de 2023)
  6. Joseldo Siqueira (8 de janeiro de 2024)
  7. Tamara Vanessa da Silva Santos (8 de junho de 2024)
  8. Emerson Wagner da Silva (21 de junho de 2024)
  9. Ana Clara Santos Lima (3 de agosto de 2024)
  10. Anna Beatriz Santos Tavares (26 de agosto de 2024)

*As idades não foram informadas

Acusado apresentava padrão nos crimes

Albino Santos de Lima foi identificado por imagens de câmeras de monitoramento divulgadas pela imprensa local, sendo preso depois de ter o mandado de prisão expedido pela Justiça. Durante uma operação, em 17 de setembro, a polícia apreendeu uma pistola calibre 380, que pertencia ao pai dele, e um celular.

As investigações descobriram que a arma apreendida foi a mesma usada nos outros crimes. Além de cometer os assassinatos perto de sua residência, a polícia apontou outros traços do modus operandi de Lima, como agir à noite e usar roupas pretas e boné para esconder o rosto.

Além disso, conforme a delegada Tacyane Ribeiro, em nota divulgada pela polícia, o criminoso teria alguma obsessão por jovens com características físicas semelhantes, e teria pesquisado as vítimas na internet.

Hábito de guardar as notícias dos crimes e tirar fotos nas lápides das vítimas

O celular do acusado também foi importante para o avanço das investigações.

O trabalho da perícia encontrou vestígios relacionados a vários homicídios, como o da jovem Ana Beatriz, menor de idade. No aparelho, também foram achadas duas pastas, com fotos e nomes das vítimas, marcados com a data dos homicídios

“Ele também tirava prints de matérias de sites relacionadas aos crimes e chegou a tirar fotos dentro do cemitério e da lápide, provavelmente de uma das vítimas”, informou a Polícia Civil de Alagoas, em nota.

Conforme o perito criminal José de Farias, responsável pelo exame, havia também registros de homicídios ocorridos entre 2019 e 2020, e que devem ser alvos de investigação.

A polícia entende que o suspeito pretendia fazer novas vítimas. Segundo o chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, Charles Mariano, a perícia no celular identificou também pastas com imagens de sobreviventes e de possíveis futuras vítimas de Albino Lima.

“(Este) é, até agora, o mais grave caso de homicídios em série na história recente de Maceió”, afirmou Charles Mariano.

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