A Comissão de Meio Ambiente realizou uma diligência para examinar os impactos dos incêndios no Pantanal de Mato Grosso, um dos ecossistemas mais importantes do planeta. A estiagem tem favorecido o aumento expressivo de incêndios florestais, afetando gravemente a flora, fauna e as comunidades locais.
O evento, promovido nesta quinta-feira (21.11), teve como objetivo ouvir as demandas dos moradores, analisar estratégias de recuperação ambiental e fortalecer políticas públicas voltadas à conservação do Pantanal. Entre os temas debatidos, destacaram-se a necessidade de medidas de prevenção e recuperação, como monitoramento com tecnologias modernas e o uso sustentável do bioma.
O Estatuto do Pantanal, já aprovado no Senado, foi apontado como uma ferramenta crucial para alinhar a preservação ambiental ao desenvolvimento socioeconômico. Dados alarmantes mostram um aumento de 109% nos focos de calor em comparação ao ano anterior e mais de 550 mil hectares devastados pelo fogo, conforme relatórios do Programa BDQueimadas e do Corpo de Bombeiros.
Impactos da estiagem e incêndios no Pantanal
A estiagem prolongada no Pantanal tem contribuído para um aumento significativo nos incêndios florestais. Em Mato Grosso, mais de 550 mil hectares já foram consumidos pelo fogo somente neste ano. O volume de água registrado em 2024 é inferior ao de 2020, ano em que o Pantanal enfrentou seu maior incêndio da história. Dados do Programa BDQueimadas e do Corpo de Bombeiros revelam um crescimento alarmante de 109% nos focos de calor em relação a 2023.
Durante a diligência, a senadora Leila Barros, presidente da Comissão de Meio Ambiente, destacou a importância de ouvir as comunidades locais e especialistas, como o ICMBio e o Corpo de Bombeiros. Para ela, entender a realidade vivida no Pantanal é essencial para promover um debate mais profundo e embasado no Congresso Nacional.
Estatuto do Pantanal e políticas públicas
O Estatuto do Pantanal, aprovado no Senado e em tramitação na Câmara, apresenta diretrizes para a conservação do bioma e sua utilização sustentável.
O relator, senador Jayme Campos, enfatizou que o estatuto busca equilibrar a preservação ambiental com o desenvolvimento socioeconômico, considerando a importância das diversidades locais. O autor da proposta, senador Wellington Fagundes, reforçou a necessidade de transformar ações governamentais em políticas de Estado permanentes, garantindo continuidade nas iniciativas de proteção ao Pantanal.
A senadora Margareth Buzetti também destacou a urgência de investimentos em tecnologia para monitoramento e prevenção, como drones e sistemas de irrigação em áreas de risco. Contudo, apontou dificuldades logísticas para implementar essas medidas no bioma.
Próximos passos e desafios
A recuperação do Pantanal exige esforços conjuntos entre governo, sociedade civil e instituições locais. Além das políticas públicas, é necessário investir em tecnologias de monitoramento e em programas educativos que conscientizem sobre a importância da preservação ambiental. A diligência da Comissão de Meio Ambiente foi um passo importante para reforçar o compromisso com um dos biomas mais valiosos do mundo e traçar estratégias eficazes para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.