Entidades do agro, parlamentares e Governo de MT rebatem CEO do Carrefour

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De lideranças do setor produtivo ao governador do maior estado produtor do país. Foram muitas notas e demonstrações de repúdio ao posicionamento do CEO da rede Carrefour na França, Alexandre Bompard, que afirmou que a empresa deixará de comercializar carne oriunda dos países do Mercosul.

O motivo, segundo o executivo, seriam critérios de sustentabilidade e qualidade. A declaração gerou críticas,  demonstrando desconhecimento sobre a realidade da pecuária brasileira e – na opinião de muitos – o interesse de manchar a imagem da produção mato-grossense. 

Ao Conexão FPA-MT desta semana o diretor-executivo operacional do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade, explica que Mato Grosso possui ⅔ do território dedicado à preservação. Para ele, a carta divulgada mostra uma falta de conhecimento em relação ao que é feito no estado em relação à preservação e conservação das áreas nativas.

“Temos animais produtivos e que produzem carne de qualidade e sustentável por emitirem menos gases de efeito estufa por quilo de carcaça produzida. A União Europeia representa cerca de 4% do nosso faturamento e a mesma porcentagem em relação ao volume. Se pensarmos na França, é uma fração disso e no Carrefour é muito menos, mas isso é importante para mostrar o que temos feito aqui em Mato Grosso e ampliar e conquistar mercado”, comenta. 

Governador sugere retaliação a empresas da rede francesa

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), se manifestou nas redes sociais e criticou o posicionamento do CEO do Carrefour afirmando que a fala foi uma resposta aos produtores franceses que protestam contra o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. 

Mauro sugere uma retaliação às empresas francesas e afirma que essa situação é mais uma “conversa fiada”. 

“No fundo, eles querem usar o meio ambiente para criar barreiras ao agronegócio da América do Sul. Ele tem o direito de comprar de quem quiser, mas nós também temos o mesmo direito e acho que não é justo alguém nos tratar dessa forma e não dar para eles a ‘Lei da Reciprocidade’. Se o Brasil não serve para vender carne a eles, eles não servem para vender produtos franceses… Essa empresa não deveria ser bem vista no nosso país”, pontua Mauro. 

A deputada estadual Janaina Riva (MDB-MT) diz que a cada dia fica mais claro a concorrência que a União Europeia quer criar com a produção brasileira e o quanto, tentam prejudicar o produto do Brasil. 

“O Brasil está sofrendo as consequência de uma empresa francesa que não tem qualquer tipo de regra com relação a produção, não preserva a sua floresta como o Brasil. O intuito do Carrefour com essa carta, não é exclusivamente não comprar mais do Brasil, mas tentar vender para o mundo que nós não temos uma produção sustentável”, conta Janaina. 

A deputada compara a situação com a moratória da soja. “O carrefour quer vender isso, que a nossa produção vem de desmate ilegal, ilícita e que não é sustentável. Tudo o que não é verdade”. 

Acrimat repudia declaração de Bompard

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) repudiou a declaração feita pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard. Em nota, a entidade comenta que o protecionismo econômico de muitos países, especialmente da França, “cria barreiras fantasmas para reduzir a capacidade produtiva” do estado.

Assinada pelo presidente da entidade, Oswaldo Ribeira Junior, o texto diz que o produtor rural está cansado de ser tratado com desrespeito dentro do Brasil e mundo afora. 

“A solução encontrada por esses países, principalmente a União Europeia e nitidamente a França, foi criar a ‘Lei Antidesmatamento’ para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e também a incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós”, diz nota da Acrimat

A entidade ainda defende a PL 2088/2023 que pede reciprocidade ambiental, tornando obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis com os do Brasil por países que comercializem bens e produtos do mercado brasileiro. 

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