Um médico condenado por injúria racial foi encontrado morto em sua casa na cidade de Itabuna, na Bahia, na manhã desta quinta-feira (21).
Luiz Carlos Leite de Souza, de 80 anos, foi localizado já em óbito no quintal da residência em que morava, no bairro Parque Verde. A Polícia Civil da Bahia informou que a morte não tem indícios de crime.
A CNN apurou que a causa do falecimento foi um problema respiratório. Agentes da 1ª Delegacia Territorial (DT – Itabuna) foram acionados para a perícia e remoção do corpo.
O obstetra havia sido condenado a 4 anos e dois meses de prisão por uma ofensa racista contra uma auditora da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), em fevereiro deste ano.
No dia 21 de fevereiro, o homem foi preso em flagrante após denúncias de que havia proferido ofensas contra duas mulheres. Conforme apuração da CNN, ele estava conversando com um colega no hospital que trabalhava, quando avistou uma mulher e disse “olha que negra bonita, deve ter sangue branco”.
O médico respondia às acusações em liberdade, até ser condenado no processo por “Injúria Preconceituosa em Razão de Cor”, em 2 de outubro. Além do tempo de reclusão, também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 25 mil à vítima por danos morais.
Após a condenação, o médico não cumpriu com formalidades legais e foi preso novamente no dia 24 de outubro, em sua residência. A defesa de Luiz apelou à decisão e foi concedido um habeas corpus, sendo liberado no dia 4 de novembro.
A CNN conversou com o advogado da defesa, Cosme Araújo Santos, que disse que o médico era muito “brincalhão” no ambiente de trabalho.
Segundo o advogado, a defesa conseguiu que Luiz Leite aguardasse à decisão do recurso da condenação em liberdade após enfatizar a idade do médico, a situação “insalubre” que ficaria em reclusão e seu estado de saúde.
O velório de Luiz acontece nesta sexta-feira no SAF Itabuna, uma casa funerária no centro da cidade. O corpo deve ser levado à capital Salvador para ser cremado.