O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (25) que a reação do governo federal foi “justificável”, após o boicote anunciado pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, às carnes dos países que compõem o Mercosul.
Frigoríficos brasileiros interromperam o fornecimento de carne ao Carrefour do Brasil, na quinta-feira (21), um dia após as declarações de Bompard.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, apoiou o boicote dos frigoríficos e tratou a declaração do Carrefour como “inadmissível”.
Haddad acredita que a empresa francesa irá se reposicionar.
“A empresa está instalada no Brasil, não tem muito sentido. Mas eu não quero me estender sobre isso porque eu acredito que a empresa vai se reposicionar, na minha opinião”, disse.
Haddad reiterou que, durante a Cúpula do G20, esteve pessoalmente com o presidente da França, Emmanuel Macron, para conversar sobre o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e Mercosul.
Na avaliação do ministro da Fazenda, as visões dos dois blocos não são “excludentes”.
“O que eu disse no jantar foi que o governo brasileiro entendia que o acordo devia ser firmado sem prejuízo daquilo apontado pelo presidente Macron, de estabelecer nexos entre as cadeias produtivas das duas regiões, ou seja, aprofundar as relações de uma maneira a não fazer uma divisão inter-regional entre agricultura e indústria”, disse Haddad.
O tratado, que é negociado há mais de 20 anos, é alvo de protestos por agricultores franceses, que alegam que produtores do Mercosul não seguem as mesmas regras, — principalmente ambientais — e teriam vantagens competitivas injustas.
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