Braga Netto ordenou ataques ao então comandante do Exército, diz PF

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Segundo o inquérito da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe ocorrida em 2022 para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro do ano seguinte, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto orientou a aliados que atacassem o então comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes.

De acordo com o relatório da PF, Freire Gomes seria alvo do grupo porque ele, bem como o Alto Comando do Exército, “não teriam anuído com o Golpe de Estado”.

Além de ter sido ministro da Defesa entre 2021 e 2022, Braga Netto foi o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL).

Conforme a investigação da Polícia Federal, a ordem para atacar Freire Gomes foi dada por Braga Netto ao aliado Ailton Barros, ex-major do Exército que discutiu sobre a tentativa de golpe com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

“O investigado [Ailton Barros], com o desiderato [desejo] de coagir os comandantes das Forças Armadas a aderir ao Golpe, atuou diretamente sob as ordens do investigado BRAGA NETO no mês de dezembro de 2022 para que direcionasse ataques pessoais (inclusive a familiares) ao então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES e ao então Comandante da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro BAPTISTA JÚNIOR, e por outro lado, elogiasse o então Comandante da Marinha, o Almirante-de-Esquadra ALMIR GARNIER SANTOS.”

Ainda segundo o relatório da PF, Barros, também sob orientação de Braga Netto, “disseminou notícias, com o objetivo de atingir a reputação do General TOMÁS MIGUEL MINÉ RIBEIRO PAIVA, atual Comandante do Exército, integrante do alto-comando do Exército, que também adotou uma posição institucional, opondo-se a qualquer ação ilícita das Formas Armadas”.

O inquérito que apura a tentativa de golpe teve o sigilo retirado nesta terça-feira (26) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Jair Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas.

O material foi enviado para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, decidirá se denuncia o ex-presidente e os demais investigados pelos crimes apontados pela PF. Ele também pode pedir o arquivamento das investigações ou solicitar mais diligências aos investigadores.

 

 

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