O dólar oscilava pouco frente ao real nesta terça-feira (26) em sessão novamente marcada pela espera do anúncio de medidas fiscais do governo, enquanto as atenções também se voltavam para a promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas.
Por volta das 14h42, o dólar à vista subia 0,14%, a R$ 5,8082 na venda. Já o Ibovespa registrava uma alta de 0,82%, a 130 mil pontos.
O mercado segue diante da expectativa de que o governo anunciará um pacote de medidas de contenção de gastos ainda nesta semana, como garantido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera.
No exterior, os mercados globais digeriam o anúncio de Trump de que ele imporá tarifas de 25% sobre todos os produtos de México e Canadá, além de tarifas adicionais sobre as importações vindas da China, quando assumir o cargo em 20 de janeiro de 2025.
As promessas levantavam novas preocupações sobre possíveis guerras comerciais a partir do próximo ano, com várias autoridades de bancos centrais e chefes de Estado criticando as intenções de Trump.
Cenário internacional
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem que assinará uma decreto impondo uma tarifa de 25% sobre todos os produtos provenientes do México e do Canadá que entrarem nos Estados Unidos.
“Em 20 de janeiro, como um dos meus muitos primeiros decretos, assinarei todos os documentos necessários para cobrar do México e do Canadá uma tarifa de 25% sobre TODOS os produtos que entram nos Estados Unidos e suas ridículas fronteiras abertas”, disse Trump em um post no Truth Social.
Trump disse que as tarifas permaneceriam em vigor até que os dois países reprimissem os medicamentos como o fentanil e os imigrantes que cruzam a fronteira ilegalmente.
Cenário doméstico
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as medidas de revisão de gastos já foram definidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não informou a data de anúncio do pacote.
“O mais importante é que a reunião de hoje foi definitiva, fechamos um entendimento no governo, o presidente já decidiu as últimas pendências”, afirmou.
Segundo Haddad, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco; e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; ainda serão comunicados.
“Tá dependendo agora do Planalto entrar em contato com Senado e Câmara. Está tudo redigido”, disse Haddad.
Haddad afirmou ter “esperança” de uma aprovação das medidas no Congresso ainda neste ano, mesmo com o calendário apertado.
Na frente de dados, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou mais cedo que a alta do IPCA-15 acelerou de forma surpreendente em novembro, com o avanço do índice em 12 meses ultrapassando o teto da meta perseguida pelo Banco Central e gerando temores de descontrole inflacionário.