O relatório da Polícia Federal (PF) divulgado nesta terça-feira (26) mostra que o grupo de investigados ligados a Jair Bolsonaro (PL) atuou junto ao senador Marcos do Val (Podemos/ES) para que ele mudasse a versão sobre o plano de gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e inocentar o ex-presidente.
A PF explica que no dia 21 de fevereiro de 2023, durante uma live, o senador explicou que deu uma entrevista à Revista Veja sobre a tentativa de coação do então presidente Jair Bolsonaro para que Do Val o auxiliasse num golpe de Estado.
Em uma reunião com o ex-deputado federal Daniel Silveira e Jair Bolsonaro, Marcos do Val teria recebido um plano de gravar o ministro Alexandre de Moraes em busca de declarações comprometedoras do magistrado.
O relatório cita uma entrevista de Marcos do Val dada à CNN após publicação do plano:
“Ao ser questionado sobre os detalhes da proposta, ele recuou, apresentando uma versão que amenizava a participação de Jair Bolsonaro”, ressaltam.
A Polícia Federal ainda contextualiza que as reuniões para arquitetar o plano de gravar Moraes “ocorreram no período do mês de dezembro, onde o grupo ajustava os termos finais do decreto golpista e executando ações operacionais para prender/executar o ministro”.
O relatório da PF mostra que, após Marcos do Val mudar a versão e amenizar a participação de Bolsonaro, o ex-chefe da Secom Fábio Wajngarten trocou mensagens com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmando que a “Bomba foi desarmada” e “Ninguém mais quer tocar no assunto”.
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