Integrantes que compunha o núcleo chamado “Abin paralela” da Agência Brasileira de Inteligência realizaram ações clandestinas utilizando órgãos estatais para consumar o golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
A informação consta no relatório da Polícia Federal (PF) divulgado nesta terça-feira (26).
A agência, que era liderada por Alexandre Ramagem (PL), atual deputado federal, teve seus funcionários produzindo informações falsas sobre o processo eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Essas informações eram enviadas para influenciadores digitais bolsonaristas, que incentivaram uma parcela da população a estar em frente aos quartéis do Exército para realizarem ações violentas e desencadear o golpe.
A CNN procurou a Abin e Ramagem e aguarda posicionamento.
Veja o trecho:
Presidência e servidores da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN e pelo ex-diretor da ABIN, o Deputado Federal ALEXANDRE RAMAGEM. O grupo desenvolveu diversas ações clandestinas, utilizando, de forma ilícita, órgãos do Estado brasileiro, com a finalidade de consumar o golpe de Estado para manter JAIR BOLSONARO no poder. Os integrantes da denominada ABIN PARALELA, com base nos elementos de prova compartilhados pelo IPL 2023.0022161 com a presente investigação, tiveram a incumbência de produzir informações falsas sobre o processo eleitoral e ministros do STF e do TSE, disseminando para influenciadores digitais alinhados ao espectro político do ex-presidente JAIR BOLSONARO. Estes por sua vez, utilizando sua grande influência nas redes sociais, incitavam parcela da população a manterem as manifestações em frente a estabelecimentos militares e a realizarem ações violentas que tiveram o objetivo de criar o elemento desencadeador do Golpe de Estado. Nesse
contexto, elementos de prova identificaram uma atuação coordenada entre os investigados e indivíduos que atuaram na tentativa de explosão de um caminhão-tanque nas proximidades do aeroporto de Brasília e na tentativa de invasão do edifício-sede da Polícia Federal também na capital Federal. Em outra frente, a inteligência paralela em auxílio ao núcleo operacional, que cumpriria as medidas coercitivas, realizou um acompanhamento do Ministro ALEXANDRE DE MORAES, monitorando de forma prévia seu itinerário para subsidiar a execução da pretendida ordem de prisão/execução, caso se consumasse o Golpe de Estado, com a assinatura do decreto presidencial de intervenção no TSE.