A diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management (GWM) e colunista do CNN Money, Solange Srour, expressou preocupação com a demora na apresentação do pacote fiscal pelo governo federal.
Para a especialista, o atraso na divulgação das medidas está gerando custos significativos para a economia e também explica a elevada taxa de juros do país.
“São semanas de câmbio desvalorizado, de juros altos, investimentos que estão deixando de ser feitos, consumo postergado. Isso vai alguma hora aparecer na economia real”, afirmou.
Cenários e projeções
Srour delineou o que considera o pior cenário possível para o pacote fiscal: “O pior quadro é vir algo menor do que R$ 70 bilhões em dois anos, para o ano de 2025 e 2026”.
Ela também ressaltou a importância de medidas como o limite do salário mínimo e mudanças nas regras de abono e seguro-desemprego.
A economista alertou que, sem uma liderança forte do governo e do presidente na condução dessa agenda, o dólar poderia facilmente atingir R$ 6.
“Se demorar muito, com certeza o dólar pode ir para cima de R$ 6 e de uma maneira rápida”, previu.
Possíveis impactos positivos
Por outro lado, Srour também apresentou um cenário otimista. Segundo ela, mudanças na indexação da saúde e da educação em relação às receitas seriam vistas como muito positivas pelo mercado. Além disso, alterações na regra de reajuste do salário mínimo também poderiam surpreender.
No melhor cenário, a economista acredita que o dólar poderia se aproximar de R$ 5,60. No entanto, ela ressalta que o potencial de valorização da moeda brasileira é limitado devido ao cenário internacional desafiador.
Srour concluiu alertando sobre a assimetria dos riscos: enquanto um pacote decepcionante poderia levar o dólar rapidamente acima de R$ 6, um resultado positivo teria um impacto mais modesto na apreciação do real.
A economista enfatizou a importância de medidas que garantam a sustentabilidade da dívida além de 2026 para uma reação mais favorável do mercado.
