Mato Grosso aprova projeto que proíbe incentivos fiscais a empresas da “lista suja”

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Em um importante avanço para combater o trabalho escravo, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (27), um projeto de lei que proíbe a concessão de incentivos fiscais a empresas incluídas na “lista suja” do trabalho análogo à escravidão.

A proposta, de autoria do deputado estadual Lúdio Cabral, segue agora para a segunda votação e representa um marco na luta pelos direitos trabalhistas no estado.

A “lista suja”, atualizada periodicamente pelo Ministério do Trabalho, reúne nomes de empresas e indivíduos condenados por submeterem trabalhadores a condições degradantes.

O objetivo do projeto é restringir o acesso a benefícios fiscais e financiamentos públicos por essas empresas, desestimulando práticas criminosas que violam os direitos humanos. Além disso, a iniciativa também reforça o compromisso do estado em promover uma economia mais ética e responsável.

Detalhes do projeto e impacto na economia

O projeto de lei aprovado inclui uma exigência específica para a concessão de benefícios fiscais relacionados ao ICMS: os beneficiários não podem estar registrados na “lista suja”. Essa medida visa desestimular o trabalho escravo ao criar penalidades econômicas para infratores, dificultando o acesso a políticas públicas de apoio.

O deputado Lúdio Cabral enfatizou a relevância da proposta: “É inadmissível que empresas que exploram trabalhadores em condições análogas à escravidão sejam beneficiadas por políticas públicas. Precisamos desestimular esse tipo de crime e proteger os direitos dos trabalhadores, especialmente no campo”. Além disso, ele lembrou que a persistência do trabalho escravo, mesmo 131 anos após a Lei Áurea, exige ações concretas e punitivas.

Combate ao trabalho escravo em Mato Grosso


Pesquisa mostra desigualdade racial no mercado de trabalho em Mato GrossoPesquisa mostra desigualdade racial no mercado de trabalho em Mato Grosso
Foto: Reprodução/Sintrapavsp

Essa não é a primeira vez que o deputado propõe medidas restritivas para empresas infratoras. Lúdio também apresentou projetos semelhantes relacionados a crimes ambientais, reforçando sua preocupação com a ética empresarial e a sustentabilidade no estado de Mato Grosso.

A aprovação inicial do projeto é um passo significativo, mas o combate ao trabalho escravo requer uma fiscalização rigorosa e a ampliação de políticas públicas voltadas à educação e conscientização.

Organizações de direitos humanos e a sociedade civil têm um papel essencial na denúncia de práticas abusivas e na promoção de melhores condições de trabalho.

A lista suja e a importância da transparência

A “lista suja” é uma ferramenta fundamental no enfrentamento ao trabalho escravo no Brasil. Ela é composta por empresas e empregadores condenados por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão, e sua publicação visa dar transparência às práticas condenáveis.

O projeto de lei em discussão em Mato Grosso reforça o papel dessa lista como um mecanismo de fiscalização e penalização. Ao vincular benefícios fiscais ao comportamento ético das empresas, o estado estabelece um exemplo que pode ser seguido por outras unidades da federação, promovendo um ambiente de negócios mais justo e responsável.

 

MATO GROSSO – CenárioMT

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