Paciente ficou com barriga necrosada após cirurgia estética com médico que operou empresária morta

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A fisioterapeuta Deise Faria pagou R$ 20 mil parcelados em um ano para realizar o que para ela era um sonho: uma abdominoplastia e uma mastopexia com prótese para melhorar sua autoestima. No entanto, as cirurgias realizadas com o médico Josias Caetano dos Santos terminaram em pesadelo.

Josias está sendo investigado após a empresária Paloma Lopes Alves, de 31 anos, morrer enquanto fazia com ele o procedimento de hidrolipo na clínica Maná Day, no bairro do Tatuapé, na zona Leste da capital paulista, na última terça-feira (26).

A empresária não resistiu a uma parada cardiorrespiratória que teve durante a cirurgia. Deise passou pela mesma situação, durante os procedimentos realizados por ela em 2022, também em São Paulo, mas conseguiu sobreviver e denuncia o médico por erros durante as intervenções e no pós-operatório.

Ela conta que conheceu o médico em 2021 e recebeu dele um ótimo atendimento. “Antes do procedimento ele é maravilhoso, é amigo, fala tudo o que você quer ouvir. Você tem o sonho e ele dará a oportunidade de realizar. A estrutura para avaliação é muito boa”, relata.

Porém, além da ocorrência da parada durante a cirurgia, ela relata que o pós-operatório foi totalmente negligenciado. Alguns dias após a cirurgia, ela resolveu voltar ao consultório do médico porque viu que as cicatrizes na barriga e no peito estavam completamente abertas.

“A ferida já estava aberta, os pontos estavam caídos dentro da ferida. Ele não fez a limpeza e falou que era normal. Eu chegava lá, ele falava que era normal e colocava um absorvente em cima da ferida. Então começou aquela necrose”, relata.

Fotos exibidas pela vítima mostram as cicatrizes totalmente abertas. No peito, é possível ver a prótese de silicone por conta do buraco. “Dava para tirar com a mão”, comenta Deise sobre a prótese.

Após várias tentativas de conseguir atendimento com Josias, a mulher relata que percebeu que nada do que ele fazia melhorava os ferimentos, então decidiu procurar outro médico. “Ele fala que nós abandonamos o pós-operatório. Não abandonamos. Eu só preferi me prevenir de futuros problemas”, conta.

Deise conseguiu tratar as cicatrizes com outro médico, mas as marcas, inclusive as emocionais, seguem até hoje. “Isso para mim é muito doloroso de falar, porque tudo que a Paloma passou eu passei. Infelizmente ela não teve a mesma sorte que eu. Eu sobrevivi, por isso hoje luto para a gente parar ele, para que outras mulheres não passem pelo que eu passei. Mas infelizmente não adiantou, a morte dela podia ter sido evitada”, diz.

A fisioterapeuta é umas das 22 mulheres que acusam o médico de negligência na Justiça e pedem indenização pelos danos. Elas são representadas pelo advogado José Beraldo, que afirma ter feito diversas denúncias sobre Josias ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). “Várias representações no Cremesp foram arquivadas, um absurdo”, comenta Beraldo.

O Cremesp afirma que, a partir dos fatos noticiados pela imprensa, está apurando o caso. “As investigações tramitam sob sigilo determinado por Lei”, diz o órgão.

Em nota enviada à CNN na quinta-feira (28), a defesa do médico afirma que ele vem sendo alvo, desde 2022, de uma campanha difamatória promovida pelo advogado José Beraldo. Na nota, a defesa afirma que as pessoas confundem erro médico com intercorrência.

“No que concerne à cirurgia, independentemente da finalidade, sempre haverá riscos, pois se trata de um procedimento, ainda que minimamente, invasivo, no qual algo, necessariamente, será alterado no organismo. Com efeito, ainda que a técnica médica seja empregada de forma exímia, é possível que a paciente sofra alguma complicação, porque a resposta do corpo humano à cirurgia não pode ser precisada, razão pela qual nunca se pode determinar quais pacientes vão ou não sofrer uma intercorrência”, diz a nota.

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