Pacote fiscal: não adianta promessa sem indicação de ação, diz economista ao WW

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O mercado ainda enxerga com desconfiança as medidas fiscais apresentadas pelo governo. As reações negativas fizeram o dólar fechar acima de R$ 6 pela primeira vez na história.

Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime, afirma ao WW que enquanto a equipe econômica não atacar questões que incomodam os investidores, o câmbio e a bolsa não irão se acalmar.

“Não adianta ter promessa de um pacote. A gente precisa de fato de indicações de como e quando o governo vai colocar essas questões em prática”, indaga Kawauti.

A especialista avalia que a economia de R$ 70 bilhões prometida pelo governo para os próximos dois anos é insuficiente para alcançar o equilíbrio das contas públicas, outro fator que pesa no desempenho dos mercados.

Além de apontadas como insuficientes para estabilizar a dívida pública, a avaliação é de que o governo errou ao anunciar uma medida de renúncia fiscal em paralelo ao pacote de contenção.

A comunicação não foi bem recebida. Cristiano Noronha, cientista político da Arko Advice, reitera o ponto de Kawauti ao indicar que o próximo passo que o governo tem de tomar é “falar e explicar”.

“Essa aprovação rápida vai fazer com que os agentes econômicos vejam que o resultado concreto vai acontecer de forma imediata. E o terceiro movimento é: vamos evitar qualquer tipo de desidratação. Governo está na narrativa, tentando conter o timing e evitar a desidratação”, avaliou Noronha ao WW.

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