O Mercosul e a União Europeia reduziram significativamente o número de divergências e têm apenas “um ou dois pontos” em aberto para concluir as negociações de um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
A informação é de negociadores que participaram diretamente de uma nova rodada de tratativas, nesta semana, entre sul-americanos e europeus em Brasília.
Existe uma expectativa real dos dois lados, após 25 anos de discussões, de anunciar o acordo na cúpula do Mercosul que ocorrerá em Montevidéu no fim da próxima semana.
Do ponto de vista técnico, as negociações evoluíram e estão “esgotadas”, segundo relatos feitos à CNN. Na terça-feira (26), quando o encontro começou, eram cinco ou seis pendências – na área ambiental e em espaço para políticas industriais.
Sobrou, conforme fonte do Mercosul, “um ponto e meio” em colchetes – um mais sensível e outro que, acredita-se, deve ser superado. Nas negociações diplomáticas, a existência de colchetes significa divergências no texto final.
Os negociadores-chefes dos dois blocos, que encerram a reunião nesta sexta-feira (29), se comprometeram a levar esses pontos pendentes ao “máximo nível político” para uma decisão.
Na prática, isso significa que essas questões serão resolvidas diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, até meados da próxima semana.
Os presidentes Javier Milei (Argentina), Luis Calle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai) também precisarão ser ouvidos.
Havendo aval político, afirmam esses negociadores, as pendências restantes serão facilmente resolvidas e o acordo poderá ser anunciado em Montevidéu. A UE já informou que, nesse caso, Von Der Leyen participará da reunião de cúpula.