Mato Grosso desponta como um dos estados com maior potencial energético do Brasil, possuindo condições geográficas e recursos naturais ideais para a geração de energia limpa e renovável. Apesar disso, o estado explora apenas cerca de 10% de sua capacidade hidrelétrica, limitando o aproveitamento de uma das fontes mais baratas e eficientes do país.
Com características únicas, como o Aquífero Guarani e formações geológicas que favorecem a retenção hídrica, Mato Grosso tem vocação para liderar na construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e outras usinas sustentáveis. Essas estruturas não só ampliariam a oferta energética, mas também impulsionariam a economia local, gerando empregos e atraindo novos investimentos.
O novo presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia), Carlos Coelho Garcia, destacou a importância de um modelo energético mais moderno e eficiente durante a cerimônia de posse da diretoria para o triênio 2025-2027. Segundo ele, as políticas atuais não refletem as necessidades e o potencial do estado.
Aposta nas hidrelétricas e diversificação energética
Garcia enfatizou o papel estratégico das PCHs como fontes de energia limpa e acessível, especialmente para regiões remotas como Colniza. Ele defendeu a implementação de políticas públicas que priorizem a geração hídrica e solar, além de fomentar o armazenamento de energia, uma solução essencial para atender à demanda crescente de indústrias e consumidores.
“O custo da energia termoelétrica é mais que o dobro das PCHs, e essa diferença é repassada ao consumidor final. Precisamos de um modelo que valorize as fontes mais baratas e eficientes, promovendo competitividade e sustentabilidade para o setor industrial e para a sociedade”, afirmou o presidente.
Energia: pilar para o crescimento industrial
O desafio de levar energia de qualidade para todo o estado foi destacado por diversas lideranças durante o evento. O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, ressaltou que, apesar de Mato Grosso contar com uma matriz energética nacionalmente elogiada por sua sustentabilidade, a falta de infraestrutura ainda limita o crescimento do parque industrial.
“O estado possui uma riqueza energética incomparável, com potencial hídrico e solar. No entanto, sem infraestrutura adequada, continuamos enfrentando gargalos que impactam diretamente o desenvolvimento econômico e industrial de Mato Grosso”, disse.
União de esforços para superar desafios
Autoridades presentes, como o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), Silvio Rangel, e os deputados Júlio Campos e Gisela Simona, defenderam uma mobilização conjunta entre o setor público e privado para reestruturar o modelo energético atual.
“A energia é a base do crescimento industrial e econômico. Mato Grosso tem uma riqueza energética subutilizada, e é nossa responsabilidade garantir energia de qualidade e preço justo para alavancar o desenvolvimento do estado”, pontuou a deputada Gisela Simona.
A posse da nova diretoria do Sindenergia reafirmou o compromisso do setor com um futuro mais sustentável e competitivo para Mato Grosso. A busca por soluções que otimizem o potencial energético do estado, aliada a investimentos em infraestrutura e inovação, será essencial para transformar esse recurso em um motor de crescimento e prosperidade.