Anúncio do pacote fiscal foi dúbio porque governo tenta agradar alas opostas, diz cientista político ao WW

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O mercado financeiro segue reagindo mal ao pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta segunda-feira (2), o dólar seguiu em alta e renovou sua máxima histórica.

Um dos principais pontos questionados foi a maneira como o governo anunciou o pacote, o divulgando com lacunas sobre sua execução e em paralelo à isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil.

Creomar de Souza, cientista político e CEO da consultoria Dharma, faz o diagnóstico deste cenário ao WW.

“Há grupos dentro do governo que acenam a ideia de que são necessários serem feitos alguns cortes. Há outros grupos no governo que acham que cortes são uma balela de alguma ala ideológica”, observa Souza.

 

 

“Ao fim do dia, quando o ministro da Fazenda vai fazer um anúncio, ele tenta agradar os dois grupos. Ele diz que vai fazer um corte e depois faz um aceno que é uma espécie de benesse a algum grupo social que era uma promessa de campanha de Lula. Com isso, a gente tem um resultado que é aquela velha história: cachorro que tem muitos donos morre de fome.”

Na avaliação do cientista político, a comunicação dúbia do governo sobre o assunto cria uma ideia que o Ministério da Fazenda e o Executivo estão perdidos.

“O grande dilema do ministério da Fazenda é que ele não sabe a quem agradar. E, ao tentar agradar a todos, ele desagrada todos os grupos da matriz econômica brasileira”, conclui.

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