A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), desvendou um complexo esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas envolvendo a compra de um apartamento de luxo em Itapema, no litoral de Santa Catarina. A operação, denominada Fair Play, resultou na identificação de um grupo criminoso que utilizava a aquisição de imóveis de alto padrão para ocultar a origem ilícita dos recursos financeiros obtidos com o tráfico de drogas.
A investigação apontou que o apartamento, avaliado em R$ 1 milhão, foi adquirido por meio de centenas de pequenas transações bancárias, uma prática conhecida como “smurfing” e comumente utilizada por organizações criminosas para ocultar a origem ilícita do dinheiro. Para concretizar a negociação, foram realizados 284 depósitos bancários por, pelo menos, cinco comparsas de um tesoureiro de uma facção criminosa e alvo da Operação Apito Final.
O delegado Rafael Scatolon, responsável pelas investigações, explica que a utilização de pequenas transações bancárias dificulta a identificação de movimentações atípicas nas contas, tornando mais difícil para as autoridades rastrearem a origem do dinheiro.
“Essa prática é característica do tráfico de drogas, pois o dinheiro é arrecadado em pequenas quantias e, dessa forma, é mais fácil integrá-lo ao sistema financeiro formal”, afirmou.
As investigações também revelaram que nenhum dos responsáveis pelas transferências bancárias possui renda compatível com os valores movimentados, o que reforça a suspeita de que o dinheiro tenha origem ilícita.
O apartamento, adquirido em nome de um “laranja”, era utilizado como ponto de encontro do grupo criminoso em suas viagens ao litoral catarinense.
A operação Fair Play demonstra a capacidade da Polícia Civil em desvendar esquemas complexos de lavagem de dinheiro e desarticular organizações criminosas.
