O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do Brasil caiu 0,9% no terceiro trimestre, ante o segundo trimestre. Em comparação a igual período de 2023, a queda foi de 0,8%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recuo é dado pela sazonalidade de alguns produtos, que apresentaram queda em comparação ao segundo trimestre, como a cana (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%). Essas quedas suplantaram o bom desemprenho de culturas como algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%), que também possuem safras relevantes no período, divulgou o IBGE.
Na comparação anual, o IBGE destaca que houve uma revisão nos dados de 2023 e o setor passou a ter um resultado de 16,3%, frente a 15,1% anteriormente. “Na agropecuária, a diferença entre o resultado revisto e o original pode ser explicada, em grande parte, pela incorporação de novas fontes estruturais anuais do IBGE que não estavam disponíveis na compilação anterior, como a Produção Agrícola Municipal, a Produção da Pecuária Municipal e a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Essas pesquisas foram incorporadas em substituição aos dados de pesquisas conjunturais” explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Como um todo, o PIB brasileiro avançou 0,9% no terceiro trimestre ante o segundo na série com ajuste sazonal do IBGE. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o PIB teve expansão de 4%.
A alta de 4% no PIB do terceiro trimestre ante mesmo período de 2023 foi a 15ª alta consecutiva da atividade econômica brasileira na comparação com igual período de ano anterior, destacou o IBGE.
“Assim como no crescimento contra o trimestre imediatamente anterior, nessa comparação interanual, destacam-se as atividades de serviços: Informação e comunicação puxados por internet e desenvolvimento de sistemas além de telecomunicações; Outras atividades de serviços influenciadas por serviços profissionais e serviços prestados às famílias e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados alavancadas pelo aumento de crédito e dos seguros”, detalhou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, no comunicado divulgado à imprensa.
Setores
Enquanto a agropecuária caiu, a indústria cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em comparação ao segundo. Frente ao terceiro trimestre de 2023, a indústria avançou 3,6%.
O setor de serviços teve expansão de 0,9% no terceiro trimestre do ano, ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, houve alta de 4,1%.
Demanda
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5% frente ao segundo trimestre. Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, houve alta de 5,5%.
A demanda do governo, por sua vez, aumentou 0,8%. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, subiu 1,3%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa) subiu 2,1%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, aumentou 10,8%.
Por fim, a taxa de investimento atingiu 17,6% do PIB no terceiro trimestre de 2024.
Setor externo
Segundo o IBGE, as exportações recuaram 0,6%, enquanto as importações tiveram alta de 1% no terceiro trimestre, ante o segundo trimestre.