Nos primeiros seis meses de 2024, quatro trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em áreas de desmatamento e garimpo no estado. Paralelamente, as mulheres do campo continuam enfrentando altos índices de violência, sendo vítimas frequentes de ameaças, criminalização e outras violações de direitos.
A persistência desses crimes expõe a necessidade de esforços mais robustos para garantir segurança e justiça às populações vulneráveis que vivem e trabalham em áreas rurais.
Violência contra mulheres no campo em Mato Grosso
O relatório da CPT coloca Mato Grosso em posição preocupante no cenário nacional. Apesar de ocupar a 10ª posição no ranking de resgates de trabalho escravo, os casos identificados em áreas de garimpo e desmatamento indicam que essa prática ainda está enraizada na dinâmica rural do estado.
Além disso, o estado se destaca como um dos três com maior número de registros de violência contra mulheres no campo.
Intimidações, ameaças de morte e outras formas de violência física e psicológica são as principais violações sofridas por essas mulheres, que muitas vezes enfrentam barreiras no acesso à justiça e à proteção.
As causas da violência no campo
A violência no campo é um fenômeno complexo, com raízes em fatores como a desigualdade social, a concentração fundiária e a falta de fiscalização efetiva. Conflitos por terra e recursos naturais são comuns, especialmente em áreas de expansão do agronegócio e do garimpo ilegal. A ausência de punição severa aos infratores também contribui para a perpetuação desses crimes, criando um ciclo de impunidade e medo.
Medidas para combater o trabalho escravo e a violência
O enfrentamento à violência no campo e ao trabalho escravo exige a mobilização de diferentes setores da sociedade. Algumas ações prioritárias incluem:
- Reforço na fiscalização: Ampliar a presença de órgãos como o Ministério do Trabalho em áreas rurais, especialmente em regiões de maior risco.
- Investigação rigorosa: Garantir a apuração de denúncias e a punição dos responsáveis por práticas ilegais.
- Proteção às vítimas: Oferecer suporte jurídico, psicológico e social às mulheres e trabalhadores afetados, assegurando seus direitos.
- Educação e conscientização: Investir em programas educativos que promovam os direitos humanos e a cidadania nas comunidades rurais.
- Diálogo social: Fomentar a mediação de conflitos por meio de iniciativas que envolvam proprietários de terra, trabalhadores, sociedade civil e o governo.
A transformação desse cenário passa pela implementação de políticas públicas consistentes, comprometidas em reduzir as desigualdades e proteger as populações mais vulneráveis.