A Itália está exigindo alterações nas seções agrícolas do projeto de acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, Antonio Tajani, nesta quarta-feira (4).
O acordo propõe cotas de importação para produtos agrícolas de países do Mercosul, como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com isenção ou redução de tarifas. No entanto, agricultores da UE, principalmente franceses, se opõem ao tratado, argumentando que ele ampliaria os desafios econômicos já enfrentados pelo setor devido às importações baratas e regulamentações rigorosas.
Segundo a agência Reuters, Tajani declarou que, embora a Itália apoie o acordo, é necessário corrigir questões relacionadas à agricultura para proteger os interesses locais.
O ministro da Agricultura italiano, Francesco Lollobrigida, também expressou insatisfação, afirmando que o projeto atual é “inaceitável” e pediu que os países do Mercosul cumpram as mesmas normas da UE em relação a direitos trabalhistas e ambientais.
Apesar dessas preocupações, o acordo é defendido por países sul-americanos e encontra forte apoio de membros da UE, como Alemanha e Espanha.
Os líderes dos países do Mercosul devem se reunir no Uruguai nesta quinta-feira (5), e a expectativa é que o bloco possa aproveitar o evento para concluir as negociações do acordo, há muito tempo pendente.
Enquanto isso, a Itália continua pressionando por ajustes que equilibram as demandas agrícolas com os interesses industriais, buscando um consenso que beneficie ambas as partes.