A recente internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou questionamentos sobre o impacto na sua potencial candidatura para as eleições de 2026. Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do Grupo Eurasia, pondera que ainda é prematuro tirar conclusões definitivas sobre mudanças no cenário eleitoral.
Garman destaca que a internação do presidente certamente gera preocupações e coloca em xeque a saúde de Lula para os próximos dois anos. O analista lembra o caso recente dos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden, aos 81 anos, foi pressionado a desistir de sua candidatura devido a questões relacionadas à sua capacidade de liderar uma campanha presidencial.
Diferenças entre os casos de Lula e Biden
Apesar das semelhanças etárias – Lula também terá 81 anos em 2026 – Garman aponta diferenças significativas entre as situações. Nos Estados Unidos, pesquisas de opinião revelaram uma grande desconfiança do eleitorado quanto a capacidade de Biden de liderar o país, devido à sua fragilidade física e aparente incapacidade cognitiva em seus discursos.
Em contrapartida, o presidente Lula não tem demonstrado tais fragilidades nos últimos dois anos. Garman argumenta que, se Lula tiver uma recuperação plena da cirurgia e mantiver o mesmo vigor em suas aparições públicas, não há motivo para que sua internação impacte negativamente uma possível candidatura em 2026.
O analista ressalta a importância de acompanhar o quadro médico do presidente nos próximos meses. Contudo, enfatiza que, no momento, não é possível afirmar que o jogo político para as eleições de 2026 tenha mudado significativamente em decorrência deste evento de saúde.