Nove novas adesões ao Pacto pela Restauração do Pantanal, entre organizações e pessoas físicas, foram registradas na tarde de quinta-feira (12), após a exibição inédita do documentário “Pantanal”, no auditório da Procuradoria-Geral da Justiça (PGJ). O evento, organizado pela 15ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Cuiabá, visou promover uma articulação entre defensores do bioma pantaneiro na busca pela preservação e recuperação do território.
Entre as instituições que aderiram ao pacto estão o Núcleo de Estudos Ambientais e em Saúde do Trabalhador – Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Conselho Regional de Biologia 1º Região e a Associação A Casa do Centro. Também assinaram o documento os promotores de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza e Henrique Schneider Neto. Além disso, a divulgação do pacto despertou o interesse de outras pessoas presentes, que deverão assinar o termo futuramente.
Ao fazer a adesão, a organização assume a missão de conectar e articular instituições públicas e privadas, governos, comunidades locais e tradicionais para integrar esforços e recursos, fortalecendo e estruturando a cadeia de restauração. Assim, ele representa uma cooperação multi-institucional e multissetorial para a restauração do bioma Pantanal, que tem por objetivo identificar desafios e soluções de maneira consensual e participativa; implementar programas que garantam água em quantidade, qualidade e regularidade para as gerações atuais e futuras; e assegurar o funcionamento do ecossistema pantaneiro.
O pacto é uma iniciativa do Instituto Gaia, que já reúne dezenas de instituições parceiras.
Pré-estreia – O documentário “Pantanal”, produzido pela Environmental Justice Foundation (EJF), foi exibido pela primeira vez em Mato Grosso durante o evento. Com uma hora de duração, ele mergulha na história do Pantanal – que sustenta comunidades locais, povos indígenas e uma biodiversidade única – e nos desafios impostos pela crise climática, pelas mudanças nas práticas agropecuárias e pela transformação do Cerrado, que têm impactado o ciclo hídrico da região. O filme está sendo exibido em pré-estreias (assista ao trailer aqui).
“Esse documentário me impulsiona a querer fazer mais pelo Pantanal, e acho que essa é a sensação e o sentimento que deve nos mover. Quero agradecer à Luciana e parabenizá-la pela contextualização, vocês foram muito felizes em trazerem exatamente a realidade do Pantanal. A ideia aqui é que nós possamos, além de divulgar esse documentário, estabelecermos um debate e uma integração. Esse evento é muito representativo da realidade que vive o Pantanal hoje, mas principalmente da força que nós temos de trabalharmos de forma integrada para que possamos fazer muito mais pelo Pantanal”, destacou a promotora de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza.
Luciana Leite, representante da EJF no Brasil e uma das ambientalistas que participam do documentário, agradeceu a presença dos espectadores que encheram o auditório da PGJ. “Assim como o documentário mostra, o Pantanal espera um pouco de sacrifício de cada um de nós, porque de fato a realidade que hoje a gente vivencia no bioma não é fácil e o filme mostra bem isso. Mas o filme também termina com essa mensagem de esperança e esse convite de que ainda dá tempo, pois ainda temos um lugar que é precioso e único no planeta, a joia da coroa da biodiversidade”, defendeu.
Atuação – Os promotores de Justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza e Henrique Schneider Neto ainda apresentaram como o MPMT tem atuado em defesa do Pantanal e os desafios enfrentados. O coronel BM Flávio Gledson Vieira Bezerra relatou o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso no combate aos incêndios no Pantanal e o deputado estadual Lúdio Cabral falou sobre a atuação do poder legislativo. O procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado, titular da Procuradoria Especializada na Defesa da Criança e do Adolescente, e a professora doutora do Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) Cátia Nunes da Cunha também participaram dos debates.