O Tribunal do Júri da Comarca de Rondonópolis, região sul de Mato Grosso, condenou, nesta segunda-feira (16), Rodrigo Machado de Oliveira, de 33 anos, a 51 anos e cinco meses de prisão, além de multa, pela explosão em um supermercado na cidade. O crime ocorreu em abril de 2023, durante um momento de grande movimento no estabelecimento, e resultou em ferimentos em uma criança de sete anos.
O julgamento contou com o depoimento de 12 testemunhas e revelou detalhes alarmantes sobre o crime. Rodrigo foi acusado de causar a explosão com o objetivo de causar danos materiais em “quem tem muito dinheiro”. Ele afirmou à polícia que planejava o ataque desde outubro de 2022. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ampliou a acusação, incluindo o indiciamento por extorsão qualificada por emprego de artefato explosivo e quatro tentativas de homicídios, uma vez que o réu assumiu o risco de matar as vítimas durante a explosão.
A denúncia do MPMT foi aceita pela Justiça em maio de 2023, tornando Rodrigo réu pelo crime. O caso gerou grande repercussão, com imagens de câmeras de segurança registrando o momento exato da explosão. Nas filmagens, é possível ver pessoas circulando pelos corredores do supermercado e, logo em seguida, uma grande nuvem de fumaça que tomou conta do local, gerada pela explosão que começou na lateral de uma gôndola e atingiu o teto do estabelecimento.
A criança ferida foi socorrida rapidamente pelo pai e levada ao hospital regional após atendimento no pronto-socorro da cidade. No dia seguinte à explosão, a Polícia Civil encontrou indícios de que o ataque foi planejado e executado com intenção criminosa. Rodrigo havia se comunicado, por meio de um aplicativo de mensagens, com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do supermercado, exigindo o pagamento de R$ 300 mil em criptomoedas. Caso a demanda não fosse atendida, ele ameaçou atacar as lojas da rede.
Após a explosão, Rodrigo entrou novamente em contato com o SAC e fez uma nova ameaça, exigindo o pagamento da quantia exigida, enquanto as lojas da rede foram fechadas e vistoriadas. Na unidade onde ocorreu a explosão, foi encontrado um objeto semelhante a um artefato explosivo.
Rodrigo, que trabalhava como barbeiro e não possuía antecedentes criminais, alegou durante a investigação que tinha conhecimento sobre o manuseio de explosivos e fabricava bombinhas caseiras. A polícia apreendeu materiais usados para a fabricação de artefatos explosivos em sua residência.