O governo federal tem intensificado a atenção primária à saúde no Brasil por meio do programa Mais Médicos, que neste ano trouxe 6.729 novos profissionais para mais de 2 mil municípios. Esse número representa mais de 25% do total de médicos em atividade no país, que somam 26.756 profissionais distribuídos por 4.412 cidades e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Em Mato Grosso, 123 novos médicos foram incorporados, totalizando 388 profissionais atuando no estado.
No início da gestão atual, o Ministério da Saúde contava com apenas 13 mil vagas ativas no programa. Em 2023, o governo retomou e expandiu o Mais Médicos, com o objetivo de levar profissionais para municípios afastados dos grandes centros urbanos e áreas periféricas. A grande maioria dos médicos, cerca de 60%, está alocada em municípios com maior vulnerabilidade social, onde a necessidade de profissionais é ainda mais urgente.
Esses avanços foram debatidos no Encontro Nacional das Referências do Programa Mais Médicos, realizado na sexta-feira (6). O secretário-adjunto de Atenção Primária à Saúde (APS), Jerzey Timóteo, destacou a importância do programa para fortalecer a Estratégia Saúde da Família, que é a espinha dorsal do Sistema Único de Saúde (SUS). “O Mais Médicos não se encerra em si mesmo. Ele é um meio potente e importantíssimo para viabilizar e fortalecer a Estratégia Saúde da Família”, afirmou.
O evento também discutiu o papel fundamental das referências regionalizadas, que são responsáveis pelo apoio técnico, orientações, mediações de conflitos e pelo acompanhamento das atividades realizadas no programa. Elas funcionam como a ponte entre o Ministério da Saúde e os territórios onde os profissionais atuam, ajudando a adaptar as políticas federais às realidades locais.
Wellington Mendes Carvalho, diretor do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária, enfatizou a importância da comunicação estreita entre a gestão federal e as referências regionais para a identificação dos desafios de cada território. Ele afirmou que 2025 será um ano crucial para consolidar o trabalho realizado desde o início da gestão, reforçando a capilaridade do programa sem perder o foco nas políticas públicas de saúde.
Avanços do Programa em 2024
Em 2024, o Mais Médicos introduziu novos avanços, incluindo um edital de chamamento inédito com cotas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas. Esse movimento visa garantir maior representatividade e inclusão nas equipes de saúde.
Outra inovação foi a concessão de bolsas-formação no valor de R$4.000 para 2.700 residentes de Medicina de Família e Comunidade (MFC), com o objetivo de preparar médicos para se tornarem preceptores, formando novos profissionais e ampliando a capacidade de formação de médicos para atuar nas comunidades.
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou a integração das formas de provimento do programa, o que garante mais estabilidade às equipes e fortalece o atendimento à população. Com isso, 3.600 médicos bolsistas serão efetivados pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), com permanência nos municípios onde já atuam, consolidando o vínculo com as comunidades atendidas.
Essas ações refletem o compromisso do governo federal em melhorar o acesso e a qualidade da atenção primária à saúde no Brasil, especialmente nas regiões mais vulneráveis, onde o programa Mais Médicos tem se mostrado uma ferramenta essencial para a transformação do SUS.