Waack: Dívida pública preocupa mais que subida do dólar

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Com mais um recorde nesta terça-feira (17), o dólar valorizou 5% contra o real, contando apenas desde o final de novembro. Foi quando o governo apresentou um decepcionante pacote de contenção de despesas.

É um conjunto de fatores que explica essa explosão do dólar, que vem ficando mais forte também lá fora. Mas um elemento central é a crise de confiança na capacidade do governo brasileiro de lidar com a dívida pública. E isso é grave.

O foco dos agentes econômicos não é mais se o Congresso aprova, ou de que jeito aprova, o pacote para limitar o crescimento das despesas. O foco está agora na sustentabilidade da dívida.

Mas não é assim que Lula enxerga as coisas. Ele vê a subida do dólar como desproporcional. Para o governo, tudo não passa de movimento especulativo para desestabilizar sua gestão. Nesse raciocínio, ceder ao que os agentes econômicos esperam — maior rigor na política fiscal — equivale a ceder ao adversário político.

Dólar caro, inflação no topo da meta e expectativa de juros ainda mais altos são consequências da política fiscal sobre as quais Lula tinha perfeita consciência, mas que subordinou ao cálculo político traduzido no famoso “gasto é vida”.

No cenário que se antevê agora, o próprio Banco Central adverte que nem mesmo um forte aumento de juros seria suficiente para compensar os efeitos da política fiscal frouxa. O que deve tornar ainda mais improvável que Lula aprove qualquer novo conjunto de medidas para conter o crescimento de despesas.

Ao contrário: é justamente delas que ele espera ganhos político-eleitorais. Um clássico movimento especulativo político.

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