Uma ação judicial eleitoral foi ajuizada por irregularidades nas eleições de 2024 em um município de Mato Grosso, localizado a cerca de 587 km de Cuiabá. A denúncia aponta práticas como compra de votos e transporte irregular de indígenas para o pleito, além da oferta de vantagens como dinheiro, combustível e alimentos congelados. As ações envolvem lideranças políticas do município e o favorecimento do povo indígena Enawenê-Nawê.
Segundo as investigações, foi constatado que indígenas foram incentivados a transferir o domicílio eleitoral para o município, mesmo residindo em terras localizadas em outros territórios vizinhos. A denúncia também indica que vantagens foram oferecidas aos eleitores indígenas, incluindo transporte e custeio de combustível, para garantir o comparecimento às urnas.
As irregularidades foram documentadas com vídeos, depoimentos e registros financeiros que demonstram a logística empregada no esquema. Servidores municipais foram apontados como participantes ativos, coordenando pagamentos e organizando o transporte de eleitores no período que antecedeu a votação.
O impacto dos votos indígenas foi significativo no resultado das eleições, com um índice de abstenção inferior à média do município. Na véspera do pleito, ônibus foram enviados para buscar eleitores na aldeia indígena, mas a operação foi interrompida após denúncias e intervenção de autoridades. Apesar disso, os eleitores utilizaram veículos próprios, com custos cobertos por aliados políticos.
A ação pede a cassação dos registros ou diplomas dos envolvidos, além da inelegibilidade por oito anos e multas que podem chegar a R$ 53 mil. A denúncia também solicita a anulação do pleito, podendo gerar novas eleições no município.
As práticas destacadas na denúncia refletem desafios recorrentes em áreas remotas do estado, onde questões envolvendo populações indígenas e irregularidades eleitorais requerem atenção especial das autoridades. O caso segue em análise, e as penalidades podem redefinir o cenário político local.