O dólar voltou a encerrar esta quarta-feira (18) em patamar recorde: R$ 6,267. Com a deterioração do câmbio vista nas últimas semanas, o Banco Central (BC) passou a se mobilizar realizando leilões com o intuito de conter a alta da divisa norte-americana.
Na visão de Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, as intervenções da autarquia no câmbio se justificam, mas não solucionam problema.
Isso porque, segundo o ex-Tesouro, o problema é claro e não tem relação com a falta de dólares no mercado: o derretimento do real é “por causa de toda a incerteza fiscal”, afirmou Mansueto ao WW.
“A fonte de incerteza maior é o fiscal. O fato muito claro é que há uma incerteza sobre o conjunto de medidas que o governo tomou e vai tomar para melhorar o fiscal. Há um ritmo de crescimento forte da dívida e, olhando para frente, não se consegue responder [o que vai acontecer]”, avaliou o economista-chefe do BTG.
“Como não há clareza sobre os gastos obrigatórios, acaba impactando em câmbio, inflação e juros [futuros]”, explica.
Mansueto reforça que o fiscal é o centro das incertezas ao apontar uma “situação esquisita”.
A balança comercial brasileira está forte, com saldos recordes ao longo de 2023 e 2024, de modo que as contas externas estão sólidas. Assim, o problema de fato não seria a falta de dólares nos cofres brasileiros, segundo Mansueto.
“Por tanto, as intervenções do Banco Central não vão resolver [o câmbio], porque a maior fonte do problema é fiscal, não falta de dólar”, conclui.
Número de jovens “nem-nem” é o menor desde 2012, segundo IBGE